Um amor de Carnaval
Um amor de carnaval
A lua nasceu tímida em um horizonte repleto de nevoas, acinzentado, próprio do período de carnaval. Surgia na linha d´agua naquela sexta feira chuvosa, como se a natureza solidária junto, chorasse comigo...
É que já faz algumas décadas que vivo sucessivamente adiando a minha vontade de ir a um baile de carnaval. Mas, sempre passa e continuo sonhando em ir. São sonhos que se repetem sempre, são amores que se foram e não voltaram mais, são percalços, abraços e beijos faltantes, em corpos suados ao som das verdadeiras musicas de carnavais.
Esse ano viestes mais jovem e bela que em todos outros carnavais, então pensei: dessa vez eu vou. Logo em seguida me falaram do baile da terceira idade e até eu fui, mais cheguei atrasado, cheguei as 20 hs e havia terminado as 18 hs, que ironia, que decepção... Retornei para casa, após três latinhas de cervejas e fiquei a amargar mais um sonho que não se realizou. Contudo você, foi em uma outra festa, se divertiu , foi muito feliz, tanto, que até guardou fotos da felicidade que transbordou em teu coração...
É que os sonhos são fantasticamente expressões magnânimas do espírito, são aventuras, amores... Sonhamos sempre abertamente e universalmente e às vezes os confundimos com o mundo real. São confluências perfeitas que muitas das vezes nos leva crer que estamos pré-determinados a transpor pontes ou voar sobre precipícios e, fatalmente escolhemos atravessar esses negligentes inconvenientes apenas com um toque da vida moderna em muitas comunicações que temos e milhões de formas de dizer que amamos ou não. No entanto, eu sinto a falta do bilhete perfumado, do lencinho inocente com as tuas iniciais e, do primeiro beijo... Mas, a vida se tornou célere e os engarrafamentos kilometricos nos impedem até de nos encontrar, porém, sei que não há morte onde o amor nasce, é que ele supera tudo, até mesmo além da vida e é por isso que eu amo. Quem ama não aceita a perda, ainda que o tempo alivie parcialmente a dor da ausência, pois quem aprendeu a amar a própria vida nunca entenderá a linguagem estranha e bela do amor...