Manifestações e manifestações...
Ontem, nos encontrávamos,( sábado, 22/02/2014) eu, minha esposa e um casal de amigos, em um restaurante no centro da cidade, atrás da biblioteca municipal. Curtindo a bela noite em conversas agradáveis e ao som de músicas ao vivo. Ocorria, sem que soubéssemos, uma manifestação não distante do local, fomos alarmados pelo corre-corre de ativistas e policiais. A informação de que a região próxima havia se transformado em campo de batalha, com verdadeiro arraso em agências bancárias e no comércio local, com a queima de lixeiras e fogos de artifícios sendo disparados contra a tropa protegida por escudos. Em pouco tempo, a paz foi substituída pela apreensão. Os garçons nos colocavam a par das ocorrências não visíveis de onde nos encontrávamos. Pela primeira vez confesso ter torcido pela repressão, já achando o alcance desses eventos funestos além da conta, propiciados por oportunistas e arruaceiros, em verdade com inconfessáveis intenções de bagunçarem o patrimônio público e privado. A manifestação ordeira, gera respeito e convencimento à população, do contrário, em badernas, hostilizam solidariedades, degringoladas na anarquia. Se pretendem desestabilizar a ordem e o governo, a conjuntura não favorece. Se o País cresce aquém do esperado, cresce enquanto demais economias estacionam; os índices de empregos nunca estiveram tão bons, há vagas e até carências de profissionais em diversas áreas. A inflação, embora sempre temida, não oferece sobressaltos. Contestarem a Copa do Mundo no Brasil ? Não creio que esta bandeira seja palavra de ordem que sensibilize a Nação. Talvez um sentimento menor, como se não merecêssemos hospedar o certame mundialmente acompanhado. Ou é a nossa histórica baixa estima, onde, por não acreditarmos em nós mesmos, nos enxergamos como incapazes de grandes realizações. A construção de Brasília também foi considerada utópica, com gastos perdulários e megalomaníacos à época, hoje cartão postal no planalto central. As arenas esportivas são investimentos no turismo no médio e longos prazos, atraindo divisas, renda e empregos. Esvaziados, estes movimentos perdem adeptos, partem para a depredação buscando atrair a atenção de todos, ou mesmo ocultando-se oportunos larápios a detonarem caixas eletrônicos ou participantes de esbulhos nas lojas e supermercados saqueados. Diferentemente de lutas gloriosas como contra o regime de exceção, pelas liberdades democráticas, que tinham o respeito da sociedade, (éramos saudados com chuvas de papel picado, apesar da repressão) estes tresloucados tendem à repulsa social. abro parênteses para os movimentos estudantis que eclodiram após o golpe de 1964, eles, sem canais de expressão democráticos, legitimavam-se pela ilegitimidade da supressão dos direitos, da conspurcação da Constituição, remendada por atos institucionais, terminando com o fechamento total com a edição do Ato Institucional nº 5, suprimindo direitos fundamentais e liberdades civis.