PÓLIS...( CIDADES)

...Quando os sábios gregos inventaram a “Polis” (Cidade) foi com intuito de proporcionar aos cidadãos segurança, conforto e qualidade de vida. Os homens poderiam se defender do inimigo comum e por ser um animal social, contar com a presença do outro para afugentar para sempre a solidão. E como toda relacionamento humano precisa ser normatizado por regras, foi criado leis para facilitar a convivência e melhorar a vida em sociedade. Toda lei teria que ser para o bem de todos e nunca de grupos.

De lá pra cá muitas coisas mudaram, as cidades (polis) antes criadas para a felicidade do homem, se tornaram guetos, onde as casas se tornaram fortalezas vigiadas vinte e quatro horas por câmeras, e protegidas por cercas de alta voltagem. Nos grande centros urbanos, raramente se conhece os vizinhos, o sobressalto é companheiro inseparável e a violência já virou rotina; a miséria provocada pela ganancia e pela corrupção, se transformou num monstro que em forma de favelas ou moradias sub humanas, que num grotesco abraço envolveu o sonho de felicidade coletiva das Polis idealizadas pelos gregos. Com o passar do tempo, o homem descobriu que o predador do homem é o próprio homem; e que multidão não é companhia; que as leis, como disso o anarquista: Foram feitas para serem violadas.

Jamais houve um tempo como o que estamos vivendo hoje, a não ser para os crédulos, coisa semelhante, só em Sodoma e Gomorra. Vivemos um tempo em que não se tem respeito por nada, não se respeita a natureza, não se respeita os pais, nem as crianças, nem os idosos, nem as autoridades, nem a vida dos outros, nem o sagrado, nem a própria vida. Por conta de tudo isso, o afeto de muitos se apagou, e o sofrimento do outro não interessa; esquecemos que todos nós estamos viajando em alta velocidade nesse planetinha azul chamado terra, e estamos destruindo irresponsavelmente nosso único veículo de transporte, como se não tivéssemos inteligência.

Esse planetinha vagava pelo éter há bilhões de anos em perfeita harmonia, mas depois que o homo sapiens passou a dominar sobre ele, deixou de ser nômade e se organizou em cidades, destruiu as matas e fez brotar em seu lugar gigantescas florestas de concreto, habitadas por seres estressados, guerreiros sem causa : que basta o atraso de um ônibus ou um trem para que haja manifestações violentas, tudo é motivo para extravasar bestialidade incendiando ônibus e depredando o patrimônio público. O crime organizado “reside” protegido pelo estado em presidio de segurança máxima e pelo celular abre as portas do inferno aqui fora comandando a venda de drogas e assassinatos. As drogas deixou de ser um privilégio dos rico se alastrou como um vírus nas camadas mais pobres e se tornou epidemia, o homem contemporâneo movido pela apelo da mídia perde a saúde para ganhar dinheiro depois gastam todo o dinheiro ganho pra recuperar a saúde.

Ainda existe no interior do Brasil, modelos ideais de Polis. Cidadezinhas que acorda com o cantar do galo, e com o sabiá saudando o nascer do sol do alto da laranjeira. Os jovens aprendem cedo a lida da terra e embora viajem na internet em celulares de última geração, jogam futebol de pelada em campinho de terra, pescam lambaris no “Corguinho” e tomam a benção á seus pais e avós. Cavalgam o campo atrás do gado, festejam até altas horas na quermesses da igreja, e voltam pra casa sem medo tombar vitima de uma bala perdida.

A realidade dos grandes conglomerados humanos é irreversível, o que tem que ser encontrado urgentemente é um novo modelo de relação interpessoal que valorize o ser humano enquanto essência, e com a ajuda de todas as mídias, escolas, igrejas, clube de serviço, trazer de volta valores imutáveis como solidariedade, o respeito, o amor e Deus, tendo sempre presente que estamos no mesmo barco e que ele está afundando, basta olhar para a realidade do aquecimento global, e as loucuras que já provocou no planeta.

Gilberto F.Lima.