E essa tal idade?

Para quase tudo na vida usamos o tempo. O tempo cura as feridas. O tempo mostra o que devemos fazer. O tempo ensina.E por aí vai, a grande questão é: o tempo nunca nos dá tempo.

Gastamos anos estudando para arranjar um emprego e nas entrevistas ainda nos perguntam quanto tempo temos de experiência.

Para tirar carta de motorista antes de tudo é necessário que se tenha 18 anos, para casar sem permissão também.

Quando somos crianças, adolescentes e até mesmo adultos as pessoas próximas tentam nos proteger de tudo e de todos, é claro que fazem isso por amor, pelo instinto de proteção.

Mas e a vida será que ela tem ciência do tempo? Será que ela espera o nosso tempo? A nossa estabilidade e maturidade?

Não, a vida não espera que aprendamos, que cresçamos, que amudeçamos. Seus golpes, suas tramas e tramóias nos ensinam ou pelo menos deviam nos ensinar.

São os acontecimentos ruins e tristes que nos amuderecem.

A teoria ensinada pelos pais terá êxito nesse momento, no chão é que a memória da maneira mais cruel nos recorda os sermões e avisos constantemente ignorados.

E então essa tal idade nem é tão relevante assim, com 12 anos  tinha pensamento de uma criança de 7 anos no máximo.

Com 15 passei a pensar como gente grande, os baques da vida foram responsáveis por esse amadurecimento precoce, mas o engraçado é que uma parte de mim era madura e quase adulta enquanto a outra permanecia inoscente, guardava sonhos de criança que ainda espera pelo principe encantado e tem no coração a esperança de que no fim tudo acaba bem.

Hoje com 19 anos os sonhos de contos de fadas se foram e sei que a vida não é uma novela, o fim nem sempre é bom, a vantagem é que na vida não há somente um fim, mas muitos recomeços.

As circunstâncias nos moldam. Os dilemas e obstáculos nos formam.

Cada segundo de existência pode ser nulo ou o acumulo de mil anos de aprendizado, assim como apenas um momento pode mudar o rumo da história em definitivo e no fim voltamos a falar do tempo e de seus enigmas.

O meu tempo não é igual ao seu tempo, nossos ritmos são diferentes.

Mas então eu te pergunto essa tal de idade é tão importante assim?

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