O papo foi reto:
_Qual é a tua, piruá?
_ O quê? Piruá ou Piriguete?
_ Vai entrar numa comigo?
_ Entrar? Eu não, tô de saída.
_ Que criatura sebosa!
_ Também acho, cheiro de gambá.
_ Tu vai levar uma na cara.
_ Que cara? Que linguajar é este?
_ Já estou perdendo a paciência.
_ Mas já? A gente nem começou a se entender. Tem um dicionário aí?
_ Puta que pariu! De onde saiu esta criatura?
_ Depois eu que sou figura, não percebeu?
_ Ah, percebi que tu tá me dando nos nervos. Eu vou te enfiar a porrada. Cala essa tua boca, porra!
_ Por que você está tão nervosa? O que eu te fiz?
_ Eu não fui com a tua cara, sacou?
_ Saquei, e o pior é que não tem jeito.
_ Como assim, coisinha de Jesus?
_ A culpa é dos nossos governantes, pois quanto mais ignorante é o povo, mais fácil de comandar e manipular. Sem cultura, sem educação; assim vai a multidão.
_ Qual é? Vem com este papo furado não.
_ A furada foi você ter saído da escola para namorar; deixar de fazer as provas para rebolar no funk; matar aula para curtir, fumar e cheirar.
_ Ih, qual foi tia? Como tu sabes disso?
_O que falta saber é que você pode mudar. A vida te dá escolhas, só depende do seu querer. Tudo isso depende unicamente de você.
_ Deixa de trelê, o bagulho tá ficando doido.
_ Se continuar com o bagulho, vai morrer.
_ Que isso, tia! A onda é curtir o bagulho.
E assim caminha a humanidade, uma nação sem grandes expectativas de vida. O problema do Brasil é cultural e social.