Defendendo território alheio
Engraçado como às vezes defendemos o território de outras pessoas, quando sequer fazemos isso conosco. Tenho um amigo mais velho. Trinta anos a mais do que eu. Ele nunca se casou e por muito tempo alimentou uma paixão platônica por uma amiga em comum. Em dez anos de amizade nunca o vimos com ninguém. E hoje o vemos apaixonado, dando-se a oportunidade de ser feliz. Vendo ele desse jeito, e, em certa medida, reconhecendo-me um pouco nele pelo fato de não deixar que qualquer pessoa aproxime-se de mim ( não me refiro a sexo, mas à intimidade), vejo-me brigando contra ataques de ciúmes de outras amigas, indiginadas por ele não passar um relatório completo do que anda fazendo com seu novo amor. Elas nunca passaram relatório para ninguém. Sempre viveram suas vidas sem serem pertubadas. Nunca se interessaram por ele. E agora vociferam pelo medo de perderem o amigo, o pai. Dele se afastar por causa do monstro apto a lançar suas garras sobre o pai postiço. Amigos são sempre importantes. Devem nos acompanhar por toda a vida. Mas às vezes, um pouco de respeito pela felicidade dos outros cai bem, principalmente, quando um amor toca nossos corações.