Mais Algum Blá-Blá-Blá
Estamos ficando cada vez mais violentos. Consequências de uma sociedade cada vez mais injusta?
Ao que parece apenas por estar com a camisa de seu clube, um torcedor do Santos é covardemente espancado até à morte por vários torcedores do São Paulo. Ao final do jogo entre as duas equipes.
As câmaras gravam imagens em que os assaltantes exibem suas armas – pistolas, um longo punhal – e rostos sem se preocuparem mais se estão sendo gravados. Talvez por contarem com uma elevada dose de impunidade. Que é total se não tiver 18 anos.
Por outro lado, o figurão do mensalão é preso e faz disso uma festa junto à mídia. Querendo mostrar à sociedade que não tem medo de perder a liberdade. Será que vai mesmo perdê-la? Quais as reações que essa pantomima pode provocar na população? Aprovação, repulsa, indiferença? Vale lembrar que parte dessa população vive do crime. Colarinho branco também. Os caras que roubaram a casa e a yorkshire da moça poderiam estar depois assistindo confortavelmente na telinha as lamentações da dona da cachorrinha.
Características de uma conjuntura social sado-masoquista?
Duzentos policiais esperam por criminosos que vão explodir uma agência bancária à 1 da manhã em Itamonte, pacato recanto no sul de Minas, exemplo de tranquilidade. No confronto, nove suspeitos/criminosos são abatidos. Correto. Mas entre eles, um inocente professor. Que fora obrigado a dirigir o carro dos bandidos. A família do professor pede somente que se faça a justiça de não ser o rapaz confundido com um criminoso.
Preocupante é o fato de que ações como essas vão continuar se multiplicando. Não têm como parar. E não temos a quem chamar. Deus, por mais que o respeitemos, não vai descer lá de cima pra dar um jeito nisso. Nós é que teríamos que fazer alguma coisa.
Do que, aliás, temos alguma ideia. A começar pela educação. Depois, maiores oportunidades de emprego pra todos. Assistência hospitalar. Redução do custo de vida. Da impunidade. Do desmando e dos abusivos casos de corrupção dos governantes. E blá-blá-blá.
Pra que nos tornássemos menos injustos conosco mesmos.
Rio, 25/02/2014