CONTAR COM AS GUINADAS
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
De vez em quando a gente ouve dizer: “Dei uma guinada na minha vida”. Sinônimo de reviravolta, mudança de situação para melhor, como livrar-se das drogas. Ou para pior. Reveses acontecem: perder tudo, numa enchente ou noutro tipo de acidente desfavorável. Desvio profundo de rota ou do rumo em que se vinha, deliberadamente ou por força das circunstâncias: estado de saúde, uma dor aguda e repentina; morte dos pais, uma perda significativa de dinheiro; mudança de emprego, mudança para o exterior; trauma de uma eventual e sofrida separação, reformulação de conceitos; desavença conflituosa em família. Enfim, o mundo dá voltas e nas voltas que o mundo dá a nossa vida também dá voltas imprevisíveis. E como!...
Sim, fico a imaginar a guinada que houve na carreira política dos mensaleiros condenados pela Justiça. Quem diria, hem? Outras vezes, a mudança para melhor pode significar uma série de problemas. Por exemplo, tudo pode acontecer a partir do momento em que se ganham milhões na megassena. Em suma, tudo isso urge ser administrado, se não, à custa de desespero, pode tocar as raias do suicídio.
A solução, nem sempre fácil, está justamente em não desesperar. Usando a força do ditado. Desesperar, jamais. Jamais. Como na música de Ivan Lins. Afinal, não tem cabimento entregar o jogo no final do primeiro tempo. Tampouco fugir da raia. Nada de morrer na praia. No balanço de perdas e danos sempre há muitos desenganos. Ou erro de cálculo. Muito que chorar. Cutucou por baixo, o de cima cai. Cutucou com jeito, a coisa vai. Poder de superação, como se diz hoje em dia. E, com Gilberto Gil, andar com fé eu vou que a fé não me deixa “faia”.
Também o Brasil dá cada guinada!... O mais triste é que, em geral, para pior. Veja-se a onda de violência, que nem mais parece onda, mas um mar de violência. O povo se sente amedrontado. A corrupção campeia por todo canto. E os impostos e o custo de vida não param de crescer...