MATAR O FILHO.

Matar o filho começa a não ser um fato isolado.

Amar é difícil, se o amor fosse regra, o mundo seria perfeito pelo simples acontecimento da inexistência de egoísmo, que infelizmente é padrão, ícone, base, referência, meta, objetivo, cultura e cultivo da maioria.

Um pai se joga com filho de seis anos da janela de seu apartamento. Ambos morrem, antes espancou sua mulher, o que era um hábito.

Desespero? Quem pode negar. Mas o egoísmo levou a este resultado. Quando é impossível o convívio, caminhe-se adiante, nunca aborte-se a vida de uma criança que implora para que tal não aconteça.

Duas atividades são importantes na vida para que haja equílibrio da mente; trabalhar e amar. Uma fruto da utilidade que dá o necessário retorno de saber-se pessoa necessária ao meio social em que vive, a outra por saber e ter consciência que o todo necessita da parte para sobreviver emocional e materialmente.

Há um organismo sistêmico, social, em movimento. Uma cadeia, círculos concêntricos, junção, se um elo foge da sequência enferruja, perde o sentido do todo, arruína-se.

Na literatura médica especializada temos que não é possível ter saúde mental nessas condições, Jung procurou dar aos deficientes mentais e desviados em conduta tratamento pela ocupação manual com artes, não é difícil ver que eles mesmos buscam essa ocupação, a conhecida terapia da ocupação, já comprometidos então, mera terapia ocupacional.

Todos sabem essa gangrena que vai ocorrendo com as famílias, esse desamor gigantesco, matar o próprio filho. Começa a não ser um fato isolado, e isso é preocupante. Maltratados por si mesmos os egoístas, os incapacitados de ter amor, matam o próprio filho.

Por que essa postura? São incapazes de verem o que ocorre nas suas almas por terem essa absoluta incapacitação, não abrem seus corações para a generosidade amorosa nem com aqueles que estão ao alcance de suas mãos.

É difícil e quase impossível diagnosticar o que se passa em alma como essa, por um simples motivo, quem não é generoso com os outros, não ama, não gosta de si mesmo, é de fácil verificação. Já ouvi um desses tipos falar : não gosto de mim, como vou gostar dos outros. É essa a imagem de si que projetam nos próximos.

Se formos procurar faltou Deus nessas vidas.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/02/2014
Código do texto: T4702320
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