PRESSENTIMENTOS

Naquele dia, o sol não veio, a cidade sempre tão brilhante pelo sol que dourava o verde das montanhas não apareceu. Baixou em mim uma inquietude dolorida, algo apertava o peito, uma dor que eu tentava afastar tolhia meus movimentos e me aniquilava.

Olhei em volta tudo parecia envolto em luz mortiça, mas as pessoas eram as mesmas, sorriam, conversavam como sempre. Sofri mas não revelei a ninguém o que sentia, medo de falar talvez.

Havia lido em algum dos livros onde buscava respostas para meu tormento, que o melhor a fazer era substituir o mau pensamento por outro bom. Tentei, consegui por segundos, a inquietude não me abandonava.

Dormi febril, mas não deixei que ninguém notasse.

Acordei, olhei em volta, vozes na sala, um grito abafado, gritei, alguém me amparou. A dor foi substituída pela certeza: Meu irmão mais velho, o esteio, o orgulho da família, falecera numa estrada qualquer da vida.

O peito não doi mais, o peso se foi, respirei enfim para enfrentar a realidade do sofrimento que todos nós cedo ou tarde enfrentamos em nossa vida.

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 21/02/2014
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