O ANIMUS DO AUTOR
Todo ato é resposta a um animus. Positivo ou negativo, voluntário ou involuntário é o que dele deriva. Gestos e atos correspondem a fatos; sejam por ação ou omissão, com ou sem resultado, mas a tudo implica manifestação.
Alguns gestos, espontaneamente, se parecem autônomos por escaparem do nosso “controle” emocional: sorrir, chorar, preocupar-se, lembrar, esquecer, etc. Tudo isso, subjetivamente, age em nós pela mobilidade da imaginação. Se houver impulso, ela se manifestará num gesto.
Outras manifestações são dependentes. Precisam de um puxão; movem-se quando o racional pensamento obedece ao instinto: fome, sede, sexo. Pode haver certo controle sobre isso, mas chega um momento em que o animal que somos se torna indomável.
Atirar uma pedra é um ato voluntário. Uma pedra não se move sem a mão de alguém que a impulsione. Assim a palavra, oral ou escrita, é o que resulta de emoção e gesto comandados pelo pensamento.
Escrever é o ato resultante de um gesto voluntário. Daí nasce o texto, produto da imaginação criadora (ficção), ou enfoque da realidade (recriação). Nestas duas formas há que se manifestar o escritor, com ou sem tendência de gênero, escola ou estilo, mas sem deixar que qualquer deles o influencie ou o denomine. O ato de escrever reflete o instante ao que vem do pensamento e este não é único nem estático. É o do momento. O escritor é um só, mas dele é o pensamento vário, como lhe é a imaginação criadora múltipla. Por isso o estado d’alma de quem escreve pode ou não refletir o que ele é quando está sendo. Quem souber distinguir o autor da obra ou nela descobrir uma síntese biográfica, talvez seja o ideal atento leitor a quem se destina o texto.
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Republicado.
Todo ato é resposta a um animus. Positivo ou negativo, voluntário ou involuntário é o que dele deriva. Gestos e atos correspondem a fatos; sejam por ação ou omissão, com ou sem resultado, mas a tudo implica manifestação.
Alguns gestos, espontaneamente, se parecem autônomos por escaparem do nosso “controle” emocional: sorrir, chorar, preocupar-se, lembrar, esquecer, etc. Tudo isso, subjetivamente, age em nós pela mobilidade da imaginação. Se houver impulso, ela se manifestará num gesto.
Outras manifestações são dependentes. Precisam de um puxão; movem-se quando o racional pensamento obedece ao instinto: fome, sede, sexo. Pode haver certo controle sobre isso, mas chega um momento em que o animal que somos se torna indomável.
Atirar uma pedra é um ato voluntário. Uma pedra não se move sem a mão de alguém que a impulsione. Assim a palavra, oral ou escrita, é o que resulta de emoção e gesto comandados pelo pensamento.
Escrever é o ato resultante de um gesto voluntário. Daí nasce o texto, produto da imaginação criadora (ficção), ou enfoque da realidade (recriação). Nestas duas formas há que se manifestar o escritor, com ou sem tendência de gênero, escola ou estilo, mas sem deixar que qualquer deles o influencie ou o denomine. O ato de escrever reflete o instante ao que vem do pensamento e este não é único nem estático. É o do momento. O escritor é um só, mas dele é o pensamento vário, como lhe é a imaginação criadora múltipla. Por isso o estado d’alma de quem escreve pode ou não refletir o que ele é quando está sendo. Quem souber distinguir o autor da obra ou nela descobrir uma síntese biográfica, talvez seja o ideal atento leitor a quem se destina o texto.
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Republicado.