O grito de dor que ninguém ouve
Para algumas pessoas, comer carne é a melhor maneira de matar a fome. Seja assada, cozida, frita e, em alguns casos, até mesmo crua. Nada melhor que um churrasquinho com os amigos no final de semana. Junta-se uma turma, tempera-se alguns quilos de carne e aí é só acender a churrasqueira.
Ali ninguém se lembra dos problemas corriqueiros do dia-a-dia. O tempo passa e chega o final do encontro. Depois de tanta comilança, é bom se deitar um pouco para fazer o “quilo”. Sem entender, algumas pessoas sentem-se mal. O estômago fica pesado e a azia incomoda.
Também pudera! Enquanto estavam ali na farra, ninguém se lembrou de alguém que precisou dar a vida para alimentar aquele bando de esfomeados. Quanta dor sofreu o frango quando teve seu pescoço decepado! O boi, sem qualquer força para se defender, simplesmente gemeu ao receber a sentença me morte!
Além desses, milhares de outros indefesos animais são condenados à morte todos os dias. Afinal, o bicho homem precisa se alimentar. Pena que ele nunca se lembre do sofrimento amargo provado por aqueles animais que enfeitam a sua mesa!
Mais um dia, o banquete está pronto novamente. Assim como o tempo não pára, o homem não vive sem comer, afinal, se não o fizer, morre. É lamentável que ele só pense que o sinônimo de uma boa comida seja uma mesa farta de carne. A dor? O sofrimento? Ah, isso não o importa!
Será que aquele desconforto intestinal, azia e mal estar que aparecem de vez em quando após algumas refeições, não seria uma vingança dos seres irracionais que entram “goela abaixo" dos covardes racionais?