Até os peixinhos 'Beta'

Despedidas nunca são agradáveis. Quaisquer que sejam. E quanto maior a intensidade da distância, maior é a dor. O irônico é que na vida nos despediremos de muitos, ainda (e de inúmeras formas), mas não somos acostumados a isso. É essa essência que se denomina humana, embora eu acredite que cães também sofram com despedidas, e gatos, e coelhos... Eu diria até que peixinhos 'Beta'.

O fato é que sofremos com a ausência, nos sobrecarregamos com a angústia, simplesmente porque nos acostumamos com as pessoas. No nosso egoísmo, desejamos que nossa zona de conforto jamais seja alterada. Mas, uma hora ou outra, ela será. E, muitas vezes, não há o que fazer. Será chegada a hora de abraçar a dor, aconchegá-la e, aos poucos, torná-la cômoda. E, quando você menos esperar, as lembranças se transportarão da dor à alegria e admiração, narrada por cada mísero detalhe, ainda que seja pra você mesmo.

Um dia você se despedirá. Em outros, despedirão de você. E seu coração se transformará em uma colcha de retalhos, assim com você contribuirá para o retalho de outros. É assim. É a vida. Essas são as despedidas. E esse é o preço que se paga por querer ser mais que um.

Por Jéssica França
Enviado por Por Jéssica França em 17/02/2014
Reeditado em 17/02/2014
Código do texto: T4695658
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