CINISMO.
Cinismo é tirar proveito da própria torpeza.
Dizia o grande educador Padre Leonel Franca: “Eis a questão da liberdade. Estudêmo-la serena e imparcialmente. A existência de um fato não depende das construções arbitrárias dos filósofos; verifica-se. A observação é, no caso, o único tribunal autorizado a pronunciar-se”. Liberdade e Determinismo”, fls. 10.
Observemos os fatos acontecidos com apuro, quem pode enganar a experiência com plenitude e suficiência. Fica difícil. A observação deve ser o tribunal autorizado, como dizia o notável educador. Quem tem dois olhos pode observar, desnecessário ser relevante intérprete, e desnecessários os cem olhos de Argos, figura mitológica grega, para ver o que é curricular, como o cinismo covarde que esconde responsabilidades nos bastidores. A covardia tem medo das consequências.Isso desde um fato tolo, na lida do dia a dia, como no eco das responsabilidades republicanas. Nem todos são primários, nem todos são despreparados para colocarem direitos em virtual estado de defesa. A pauta da humanidade é dilargada, abrangente, está próxima de nós, vivemos em grupo. Por trás dos fatos o silêncio que motivou fatos, ou o não-silêncio que devia ser voz nos momentos certos. E recolheu-se, velado e temeroso. Se não há voz não há pessoa.
É efetiva a ação do direito na sociedade? Cumpre o Estado seu Ordenamento Fundamental; a Constituição?
É realidade ou ficção o desígnio legislativo?
“O princípio republicano exige que o sentir meditado da comunidade norme (legisle efetivamente e limpamente) a conduta daqueles a quem incumbe o manejo de seus assuntos; porém não requer uma atitude incondicional de condescendência com cada brisa repentina de paixão, nem com cada impulso passageiro que se comunique ao povo por obra das artimanhas dos que afagam seus prejuízos com o fim de atraiçoar seus interesses”. “O Federalista”, “The Federalist”, fls.288. Pode-se dizer, e o dizem os tratadistas, serem os magnos primeiros princípios constitucionais fundamentais dos EUA.
É preciso observar, ser prudente, não atravessar o direito acima da legitimidade, e principalmente, observar o cinismo que se alastra. E isso vale para qualquer exemplo na pirâmide em que se insere a sociedade no sistema representativo.