Solidão

SOLIDÃO 16-12-2012 00:32

Até onde vai a solidão? Até a que lugar chega a vontade de isolar-se? Onde vai parar, em que lugar sobrará o sombrio desejo de desfalecer das pessoas, de se isolarem umas das outras e se ilharem em locais frios para realizar o que muitos chamam de SOLIDÃO e hoje chamarei de desejo humano natural de retirar-se, sair(-se) e refletir…

Ah! Solidão. Solidão fera, solidão que devora um dos poucos desejos humanos que, de insaciáveis, nos conduzem a veredas, campinas, verdes pastos de amizade inocente, amizades pueris, amizades crianças… E, nessa insaciedade, vira insanidade. Vira desejo louco, muito pouco para a loucura, insano projeto de cada ser humano.

Loucura: projeto de vida de cada um, sem saber. Sem querer, afugenta cada lágrima de reflexão derramada no percurso da vida. Sem ver, espanta cada sorriso maroto, de garota e garoto que ri por rir, sorri até sem querer. Sorriso de menina inocente, crente que tem motivo para rir e, sem desmerecer outros sorrisos que são racionais, que vêm de um desejo fundamentado em algo engraçado, não é mais gostoso que o riso inocente, fino, aquele que sem ter pra quê leva outros a rirem também, e aí ninguém mais deixa de rir.

Mas, e solidão? Essa magoada figura desmancha o sorrisos. Porque sorriso precisa ser compartilhado, riso tem que ser rido com o outro. Riso tem que ser para o outro. O riso não é de quem ri, é, em verdade, para o outro e, portanto, do outro.

Então ria, meu amigo. Solte o riso toda vez que terminar de chorar. Acabou a lágrima, ria. Vingue-se da tristeza assim que ela for embora. Fira a mágoa todas as vezes que ela se insurgir em magoar. Magoe as mágoas e não deixe-se magoar. E mais: ria, porque a vida só é vida se for bem sortida de bons risos.