Não leve uma vida estilo fast-food

Caminhando pelas ruas, perco-me em pensamentos. Imagino como a humanidade caminha a passos largos para a ruína. Percebo como as coisas modernas são estilo fast-food.

Lembro-me de tempos remotos, onde o gostoso era sentar na calçada, comer uma guloseima prazerosamente preparada pelas criadas da casa e assim seguia minha vidinha.

No atual momento, o que percebo? Ah, espectadora das condutas humanas, encontro gente numa corrida desenfreada da vida que dizem 'moderna'.

Constato que perdeu-se o sentido de coisas tão básicas, mas tão essenciais, úteis e necessárias.

Os homens estão loucos, alucinados, amalucados, trabalhando de forma desordenada em busca de dias melhores, de holerites recheados.

As mulheres, por sua vez, que há muito deixaram o prazer de uma boa culinária, agora são concorrentes de seus companheiros. Saem, lutam de maneira desesperada por um lugar, uma vaga na escalada da vida louca e frenética.

As profissionais emergentes estão na moda. E como elas são capazes! Não restam dúvidas nem sombras de variação.

As coitadas agora têm tripla jornada: dois expedientes no escritório e uma casa desarrumada para dar conta no final do dia. Ah, ainda tem os filhos que são deixados numa creche-escola em tempo integral e quando retornam do trabalho, correm até lá para buscarem sua prole. Incrível é que chamam isto de modernidade. Intitulam isto de 'a Era da praticidade, da virada da classe trabalhadora feminina'.

Resultado disto? Elas estão morrendo mais rapidamente. Estão enfartando muito mais que nos tempos passados.

É, a vida fast-food que muitas são obrigadas a encarar, as tornaram mulheres verdadeiramente guerreiras, mas vivem uma vida sem qualquer qualidade, correm, correm e esquecem do primordial: esquecem de viver!

Um dia, quando dão por conta, constatam que estiveram por anos a fio desfrutando de uma vidinha medíocre, perderam momentos incríveis que poderiam ter vivenciado ao lado dos filhos em idade escolar, descobrem que o vil metal (dinheiro) nunca deu pra nada mesmo, estão doentes, tornam-se, por consequência, clientes de uma boa clínica de psicoterapia e lá descobrem pessoas com históricos semelhantes e que também vieram a desaguar suas dores existenciais num círculo terapêutico, desabafando com companheiras vitimadas pela mesma sequela: vida fast-food.

Criei meus filhos. Fui mãe em tempo integral. Não me arrependo disto. Cultivei flores no âmago de cada um deles.

Lógico que mostrei os espinhos da vida. Não os perdi de vista um minuto sequer. Joguei duro quando necessário. Nunca fui mãe bobinha. Pelo contrário, acho que fui uma boa mãe tigre como narrado num best seller conhecido mundialmente.

A carreira teve que esperar um pouquinho. A executiva saiu do ar, saiu de cena por alguns anos.

É notório que fiquei bem mais pobre financeiramente, seria utopia e hipocrisia afirmar o contrário, mas sinto-me milionária ao perceber a conduta e lisura das criaturinhas que Deus me confiou para educar.

Hoje, relembro alguns momentos e tenho prazer em ostentar as fotos do primeiro de muitos netos que espero ter.

A carreira está no topo e tudo dando certo.

Nunca levei uma vida fast-food e sou uma pessoa muito feliz, plena, realizada e cheia de fé. Os desencontros no ciclo da vida vez por outra me abatem, mas faz parte da trajetória existencial. Ora, por que eu seria tão privilegiada ao ponto de ser 100% feliz em tempo integral? Deixemos de lorotas! Sejamos reais!

Sabe mais?

Nunca precisei correr e nem pisar no pescoço de ninguém. Tenho um aliado forte que jamais me desamparou e todos sabem que como uma criança se aninha nos braços de um pai, eu nunca larguei Dele: Jesus Cristo.

Alguém um dia me falou: Fátima, o homem sonha e Deus realiza! Mesmo assim, retruquei: Sim, mas o homem tem que se esforçar, tem que fazer a sua parte.

Estou colhendo frutos graciosos em plena maturidade.

Agora vou CONTINUAR a DESFRUTAR do que todos rotulam mas poucos conhecem e que se chama: VIDA.

Contos e Encantos
Enviado por Contos e Encantos em 15/02/2014
Reeditado em 15/02/2014
Código do texto: T4692829
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