A carta.
Crônica de: Robson Raycar
No setor se instalou um clima tenso ao ir ao banheiro... As pessoas entravam e se deparava direto com riscos da bosta e a própria bosta de um dos colegas da sala. Ninguém comentava na sala, pois achavam que seria do supervisor carinhosamente apelidado de polega (todos os chamavam assim, todos sabiam menos o próprio). Reuniões já haviam acontecido para chamar o super polega para conversar... Até que super polega saiu de férias e as aparições dos riscos e as bostas granulada continuaram aparecendo. Finalmente descobriram quem era o autor daquelas obras de arte, era um estagiário recém chegado no setor, se instalou uma nova discussão para quem iria repreendê-lo.
Arthur – Fala você.
Fernanda – Não, não, não. Fale você... Quem é que almoça todo dia com ele? Você. Quem tem mais intimidade com ele? Você. Por tanto fale você!
Luiz – Gente é uma situação constrangedora. Acho que polega... Digo o supervisor deveria falar com ele.
Arthur – Então ta, vamos esperar o supervisor voltar de feiras... E até lá vamos ter que ficar vendo (Conta nos dedos.) marcas de freada, engraxada de negresco e sobras de comida!
Fernanda – Fiquem brincando. Isso é muito serio, vai que um dia mestres dos magos entra aqui na sala para usar o banheiro...
Luiz – E olhar a suas pernas...
Fernanda – Abestalhado! É serio. Quando o dono da empresa entrar para usar o nosso banheiro e se bater com o corpo estranho dentro do vazo, ai quero ver quem vai explicar de quem é a bosta.
Arthur – (Em um súbito.) Já sei! Vamos escrever uma carta e colar na frente do computador dele, quando ele sair!
Fernanda – Boa idéia.
Luiz – Acho melhor não...
Fernanda – Por que?
Luiz – Ele saberá que foi um de nós.
Fernanda – Que saiba.
Arthur – Ele saberá que foi um de nós, mas não saberá qual de nós.
Luiz – hum...
Os três se juntam na frente de um dos três computadores da sala para preparar a carta formal. Após alguns risos e fuxicos a tal carta ficou pronta, que já começou assim!
“Prezado cagão, bom dia!
Venho através dessa expor a minha indignação. Quero lhe deixar claro que tenho observado o seu coco. As suas freadas e em algumas ocasiões sementes de fruta e até bolinhas de dentro do quiabo. Desculpe-me se estou sendo indelicado, mas a ultima aparição do corpo estranho que você deixou no vazo sanitário foi à visão direta do inferno. Peço por gentileza que após se aliviar dê descarga até descer tudo e caso o freio da merda permaneça, o papel toalha pode ajudá-lo. Quero salienta que mestre dos magos tem usado muito o nosso banheiro!
Desde já muito grato cagão!
Atenciosamente,
Mão branca.”
A carta ficou pronta e pregada no monitor do acusado. No outro dia como planejado o cagão ops! O estagiário... Teve conhecimento, mas não teve a quem acusar, pois os autores da carta estavam de atestado médico.