Omissão estatal, e o "povo" contra o povo
“Os filhos de Efraim, armados e trazendo arcos, viraram as costas no dia da peleja.” Sal 78; 9
A omissão sempre foi grave aos olhos Divinos, e as Escrituras testificam. No “canto de Débora” após uma grande vitória, há reprovação contra os que fugiram à luta então. Menção irônica à tribo de Rúben que decidiu filosofar, enquanto a luta se desenrolava; “…nas divisões de Rúben foram grandes as resoluções do coração. Por que ficaste tu entre os currais para ouvires os balidos dos rebanhos? Nas divisões de Rúben tiveram grandes esquadrinhações do coração.
Depois, “encômios” à Gileade, Dã e Aser; "Gileade ficou além do Jordão, e Dã por que se deteve nos navios? Aser se assentou na beira dos mares, e ficou junto às suas baías.” Jz 5; 15 a 17 Por fim, maldição contra Meroz, que omitiu socorro em situação de emergência: “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do Senhor, acremente amaldiçoai aos seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do Senhor, ao socorro do Senhor com os valorosos.” V 23
Na verdade, a omissão escrutinada devidamente, mostra coisas interessantes. Primeira: Insubordinação. Se está alguém investido de autoridade, e incumbido de exercê-la na preservação de bens, valores, ao não atuar devidamente despreza a instituição da própria autoridade que deveria representar. Segunda: Egoísmo. Assim agindo faz seu bem estar mais importante que o de outros sobre os quais incidiria seu agir. Terceira: Indignidade. Sim, se tal autoridade é instituída e remunerada para determinado fim, ao receber seu soldo sem cumprir sua função lesa o Erário recebendo sem trabalhar. Finalmente, indiferença. Isso porque permite o vilipêndio de bens, valores alheios, cuja missão seria preservá-los.
Acontece que em “Terra de Santa Cruz” ultimamente, o “povo” sai às ruas para promover desordens mutilando os direitos do povo. Somos uma democracia, regime que pressupõe soberana a vontade do povo; essa prepondera à partir das escolhas livres, da maioria. O papel das instituições, bem como das autoridades constituídas não é impor idiossincrasías, antes, preservar a vigência do pacto maior, conforme expresso nos códigos legais, e nas convenções sociais estabelecidas. Isso é tão importante que, para sua manutenção, o Estado detém o monopólio do uso da força.
Claro que a vontade do povo fica extremamente prejudicada à partir de um congresso, em sua ampla maioria, venal, cujos interesses imediatos e mesquinhos solapam os discursos de campanha, nos quais, os eleitores investiram quando constituíram seus representantes. Então, muitas coisas que são pleitos de minorias acabam aprovadas; assim nossa “democracia” atenta mais a interesses mesquinhos de demagogos carreiristas que aos veros anseios dos cidadãos.
Não bastasse a tíbia postura dos governantes quando das depredações e quebra-quebras de Junho, agora, o cadáver sonhado pelos arruaceiros foi produzido; embora, não da forma que eles queriam; pois, não foi possível impingir à polícia a morte lamentável do cinegrafista da Band, Santiago Andrade.
Pior, está vindo à luz que “representantes do povo” financiam aos tais “Black blocs”, na verdade, vagabundos e bandidos mascarados. Atentemos para o quê, os representantes do povo farão sobre isso. Afinal, o “Red Bloc” arruaceiro profissional, o velho, inútil, safado e terrorista MST, fez o diabo ontem em Brasília. Ao invés de encontrar a devida repressão pela força uma vez que é o “argumento” que usa, foi recebido no Palácio governamental como legítimo postulante democrático. Seu pretexto é que a Reforma Agrária anda muito devagar. Interessante e estratégica investida. Pareceu oportuna para desviar atenção dos crimes com consentimento praticados pela quadrilha cromo-divergente, mas, ideologicamente coesa que está em maus lençóis.
Fosse um policial que exagerasse no uso da força, ou, se a fonte do explosivo fatal ficasse obscura, ouviríamos as mais graves denúncias contra a truculência policial, o “Estado Repressor”… “Maria do Ossário” emitiria uma nota oficial exigindo profunda investigação e exemplar punição dos culpados.
Mas, havia algumas malditas filmadoras que estragaram tudo. Entretanto, nossos “representantes” gostam tanto da verdade, que “viajam” no tempo para desagravar à morte de Wladimir Herzog, um jornalista, e certamente, criarão uma “comissão da Verdade” e porão tudo em pratos limpos. Culpados não ficarão impunes.
Ironia à parte, a turma que inventou a “contabilidade criativa” acabará nos aplicando o conto do vigário punitivo. Ou seja, como a tribo de Rúben, vão “filosofar” muito sobre violência, causas, consequências, enquanto “Débora” e os que a seguem pelejam sem amparo, exceto, Deus.
Interessante que Débora significa, Abelha; tipo do trabalhador usurpado como nunca na história destepaiz; a abelha rainha e os zangões seguirão fazendo o de sempre: Omitindo-se ao cumprimento do dever, e colocando-se voluntariamente sob a maldição do Senhor. “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17; 15