Inquestionável dor
Três horas da manhã e ainda estou acordada, sozinha, em meu quarto.
Não sei mais o que fazer com essa solidão que insiste em me perseguir. Minha alma doe, meus medos inexplicáveis me assustam. Onde está minha paz?
Tristes dias, que parecem não passar. Tudo está assim - péssimo - há dias. Não quero chorar porque sei que minhas lágrimas são inúteis neste momento. Apenas quero ficar a sós com meus pensamentos confusos e penetrantes. Quero fechar os olhos e imaginar que é apenas um terrível pesadelo, que em breve estarei livre de tudo e, principalmente, de mim mesma. Não aguento mais minha mente que me desafia concomitantemente a desistir e a persistir na luta diária por um dia melhor.
Por alguns instantes, penso que seria melhor pausar tudo, repensar e planejar um novo recomeço. Mas como posso parar? A sociedade não me permite fraquejar e ter a liberdade de enlouquecer. Estou presa aos padrões estabelecidos e não sei o que fazer com essa insegurança que está me amedrontando. Sinto-me como uma covarde, incapaz de dar um passo seguro. Preciso de um amor, um porto seguro, alguém que me traga a perspectiva de que dias melhores virão.
Ainda quero viver!
Meus sonhos me chamam, ordenam que eu me levante e siga meu caminho. Mas como continuar se perdi minha alegria de viver?
Minha vida está no automático. Não me questiono e nem me preocupo mais com as coisas que antes eram fundamentais para mim.
Prometi inúmeras vezes que viraria essa página e recorrigiria meus erros. Principalmente o maior: o medo de não conseguir.
Ahhh....
Esse terrível medo que insiste em me perturbar. Poderia ter feito tantas coisas que sempre quis se eu não estivesse tão presa ao mesmo. Por que precisa ser assim? Quero respostas. Preciso delas. Alguém entende do que estou falando? Não quero consolo, preciso de mais alegria, mais esperança, menos remorsos, mais vida.
Minha alma doe, doe e doe.