O BOLOR NOJENTO DA MENTIRA
Alguém confessa um crime; diz que vendeu-se por cento e cinquenta reais. Por causa desta quantia de dinheiro, não hesitou em quebrar, matar, ferir. E ainda se contradisse, alegando que o fez porque espera um futuro melhor para seu país.
Ao ser indagado sobre quantas vezes ele participara nas manifestações, disse ser aquela a primeira. Ao mesmo tempo, filmagens eram exibidas, mostrando outras manifestações nas quais fez parte, e brigas nas quais participou. A cara dele estava ali, o que torna impossível a contestação.
Disse não saber que o artefato que acendeu e colocou no meio da população se tratava de um rojão. Ora, até mesmo uma criança reconhece um rojão. Qualquer um sabe, ao acendê-lo, qual o seu poder de destruição, e colocá-lo no meio de pessoas desavisadas torna clara a intenção de ferir, de matar.
Disse que alguns manifestantes estão sendo pagos para causar badernas e quebra-quebras. Por quem? "A polícia deve investigar, é o trabalho deles. Temo pela minha integridade física." Mas em momento algum, temeu pela integridade física de outras pessoas.
"Por que?" A resposta: "Porque eu desejo um Brasil melhor."
Não; foi pelos cento e cinquenta reais. Você não deseja um Brasil melhor. na verdade, está se lixando para o país. Você deseja apenas aproveitar uma oportunidade para se dar bem, doa a quem doer. Visa apenas interesses próprios, passageiros, que não tem qualquer contexto no futuro do país. É apenas mais um entre as centenas de Judas que hoje vendem suas almas por um punhado de moedas. Se você estivesse realmente preocupado com o futuro de seu país, não machucaria pessoas inocentes e nem quebraria patrimônio público: faria valer o seu voto, tentaria estudar e adquirir cultura para que pudesse realmente contribuir de alguma forma útil para o futuro do país.
O problema, é que agora mexeram com as pessoas erradas; a imprensa não sossegará enquanto não punirem os culpados pela morte do jornalista. Agora, as pessoas que estão por trás destas manifestações, puxando as cordinhas, vão começar a aparecer (ou a desaparecer).
Lembro-me do início destas manifestações, quando eu escrevi em uma crônica que toda aquela baderna com tremulantes bandeiras verdes e amarelas, cheia de palavras de ordem, aparente idealismo e manifestações emocionais, me cheirava a manipulação de massas. Algumas pessoas disseram que eu estava redondamente enganada; cheguei a ser ofendida e tachada de antipatriota. Bem, infelizmente, eu estava certa.
Apesar de saber que muitos dos que participam tem boas intenções e realmente desejam um país melhor para seus filhos e netos, as manifestações perderam o sentido. Até mesmo os bem-intencionados estão sendo usados para servir como um "background scenario" para baderneiros.
As pessoas deveriam ter percebido que um movimento com tamanhas proporções, visando uma causa aparentemente insignificante - o preço das passagens - teria um líder por trás - um líder forte e influente. Mas as pessoas são românticas, e acho que foi justamente o romantismo exacerbado que uniu a multidão, e não a causa do preço das passagens ou a luta por um país melhor. Elas queriam ter histórias para contar aos netos. Queriam aparecer na mídia, como as pessoas que faziam passeatas nos anos 60. E por isso, não perceberam que estavam sendo usadas como massa de manobra.
Nem sei se posso chamar o rapaz culpado pela morte do jornalista de monstro. Como ele, há muitos por aí que o criticam, mas que talvez, dadas as oportunidades, teriam feito exatamente a mesma coisa que ele fez. Mas não podemos esquecer que ele foi responsável pela morte de uma pessoa inocente, e deve ser punido.
O que me deixa estarrecida é a cara-de-pau com a qual ele apareceu em midia nacional e internacional dizendo que fez o que fez porque desejava um país melhor - ao mesmo tempo que admitiu ter agido a mando de terceiros, vendendo a alma por um saco de moedas. Não agiu mais honestamente do que os políticos corruptos que tanto abominamos.
A corrupção de um governo está também na alma de seu povo.
Alguém confessa um crime; diz que vendeu-se por cento e cinquenta reais. Por causa desta quantia de dinheiro, não hesitou em quebrar, matar, ferir. E ainda se contradisse, alegando que o fez porque espera um futuro melhor para seu país.
Ao ser indagado sobre quantas vezes ele participara nas manifestações, disse ser aquela a primeira. Ao mesmo tempo, filmagens eram exibidas, mostrando outras manifestações nas quais fez parte, e brigas nas quais participou. A cara dele estava ali, o que torna impossível a contestação.
Disse não saber que o artefato que acendeu e colocou no meio da população se tratava de um rojão. Ora, até mesmo uma criança reconhece um rojão. Qualquer um sabe, ao acendê-lo, qual o seu poder de destruição, e colocá-lo no meio de pessoas desavisadas torna clara a intenção de ferir, de matar.
Disse que alguns manifestantes estão sendo pagos para causar badernas e quebra-quebras. Por quem? "A polícia deve investigar, é o trabalho deles. Temo pela minha integridade física." Mas em momento algum, temeu pela integridade física de outras pessoas.
"Por que?" A resposta: "Porque eu desejo um Brasil melhor."
Não; foi pelos cento e cinquenta reais. Você não deseja um Brasil melhor. na verdade, está se lixando para o país. Você deseja apenas aproveitar uma oportunidade para se dar bem, doa a quem doer. Visa apenas interesses próprios, passageiros, que não tem qualquer contexto no futuro do país. É apenas mais um entre as centenas de Judas que hoje vendem suas almas por um punhado de moedas. Se você estivesse realmente preocupado com o futuro de seu país, não machucaria pessoas inocentes e nem quebraria patrimônio público: faria valer o seu voto, tentaria estudar e adquirir cultura para que pudesse realmente contribuir de alguma forma útil para o futuro do país.
O problema, é que agora mexeram com as pessoas erradas; a imprensa não sossegará enquanto não punirem os culpados pela morte do jornalista. Agora, as pessoas que estão por trás destas manifestações, puxando as cordinhas, vão começar a aparecer (ou a desaparecer).
Lembro-me do início destas manifestações, quando eu escrevi em uma crônica que toda aquela baderna com tremulantes bandeiras verdes e amarelas, cheia de palavras de ordem, aparente idealismo e manifestações emocionais, me cheirava a manipulação de massas. Algumas pessoas disseram que eu estava redondamente enganada; cheguei a ser ofendida e tachada de antipatriota. Bem, infelizmente, eu estava certa.
Apesar de saber que muitos dos que participam tem boas intenções e realmente desejam um país melhor para seus filhos e netos, as manifestações perderam o sentido. Até mesmo os bem-intencionados estão sendo usados para servir como um "background scenario" para baderneiros.
As pessoas deveriam ter percebido que um movimento com tamanhas proporções, visando uma causa aparentemente insignificante - o preço das passagens - teria um líder por trás - um líder forte e influente. Mas as pessoas são românticas, e acho que foi justamente o romantismo exacerbado que uniu a multidão, e não a causa do preço das passagens ou a luta por um país melhor. Elas queriam ter histórias para contar aos netos. Queriam aparecer na mídia, como as pessoas que faziam passeatas nos anos 60. E por isso, não perceberam que estavam sendo usadas como massa de manobra.
Nem sei se posso chamar o rapaz culpado pela morte do jornalista de monstro. Como ele, há muitos por aí que o criticam, mas que talvez, dadas as oportunidades, teriam feito exatamente a mesma coisa que ele fez. Mas não podemos esquecer que ele foi responsável pela morte de uma pessoa inocente, e deve ser punido.
O que me deixa estarrecida é a cara-de-pau com a qual ele apareceu em midia nacional e internacional dizendo que fez o que fez porque desejava um país melhor - ao mesmo tempo que admitiu ter agido a mando de terceiros, vendendo a alma por um saco de moedas. Não agiu mais honestamente do que os políticos corruptos que tanto abominamos.
A corrupção de um governo está também na alma de seu povo.