As Crônicas de um Bastardo: Sociedade abstrata

O pequeno bastardo ficou preocupado

Ele não queria ir embora

Gostava dali, gostava do seu novo lar

Porque então ele teria que ir para um lugar com outras crianças

Ele não entendia o que tinha feito de errado

Mas o anjo parecia decidido

No dia seguinte o anjo lhe arrumou, lhe deu uma mochila

Junto a tudo isso um potinho com um sanduíche e uma maçã

Será que no meu novo lar não terá muita comida

Pensou o bastardo sem sorte

O anjo abriu o portão e o levou para a rua

O pequeno bastardo lembrou todas as vezes que saíram

De mãos dadas pela rua a brincar

Caminharam por um tempo e logo chegaram a um lugar

Logo de cara ele viu que todas as crianças estavam vestidas iguais

Chegaram a um portão grande de ferro

Um senhor muito gentil o abriu e disse:

"Boa tarde! Sejam bem vindos"

Era estranho pensar que depois de tudo o que passaram

O anjo iria o mandar para outro lugar

Eles entraram de mãos dadas

Passaram por alguns corredores

Muitas crianças estavam naquele lugar

Corriam pelos corredores e pareciam felizes

Chegaram a um pátio enorme, que parecia estar lotado de gente

Tinha árvores, uma pracinha cheia de brinquedos

Uma coisa chamou atenção do pequeno bastardo

E o deixou realmente muito preocupado

Ele percebeu que naquele lugar não havia só crianças pequenas

Ele viu crianças de todas as idades e muitos adultos também

O olhar do pequeno bastardo alcançou o do anjo

Ele estava sorrindo feliz, com o que via

Mas porque ele faria isso

Esta pergunta não saia da cabeça do pequeno coitado

O bastardo não conseguia esconder à triste

Pois perceberá que iria ficar ali por muito tempo

Será que nunca mais veria o anjo

Será que o anjo não se importava mais

Queria fugir dali, queria voltar pra casa

Pra ficar com o seu anjo querido

Entraram em outro prédio, era amarelo com janelas grandes

Subiram uma escada e mais outra

Foram para a direita em um corredor

Foram até o final dele onde havia uma porta aberta

O bastardo percebeu que nessa sala havia outras crianças

Algumas no fundo da sala mexendo no que pareciam ser brinquedos

Outras sentadas parecendo tristes em suas mesas

O anjo se abaixou no exato momento que uma mulher se aproximou

Ela parecia legal, tinha um grande sorriso

O anjo o olhou nos olhos

O coração do pequeno bastardo batia lentamente

O anjo então falou:

"Seja bonzinho com a professora,

eu venho te buscar quando a aula terminar"

kdu
Enviado por kdu em 12/02/2014
Código do texto: T4687867
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