Terror à distância
Achar que o medo não faz parte de outros lugares que não estejam na linha de fogo das estatísticas da polícia é o mesmo que se poluir de cigarro e dizer que a morte só vem pelo azar.
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Li há poucos dias uma notícia trágica num jornal muito famoso.
Duas mulheres haviam sido estupradas numa cidade sem dados de alta violência como é o Rio de Janeiro. As vítimas relataram que não sofreram quaisquer tipos de violência em suas terras natais apesar do índice de crimes ser altíssimo. Procuraram, numa viagem de segunda lua-de-mel com os maridos, diversão. Mas perderam a dignidade de cidadãs pelas abordagens de marginais. Uma terceira mulher, que não era do Rio de Janeiro, escapou do estupro porque estava grávida e houve “sensibilidade” pela cabeça dos três malfeitores.
Quando nos deparamos com situações constrangedoras, mesmo que sejam dentro dos nossos lares, dizemos que a culpa está na falta de uma política melhor de segurança pública. E se formos para outras áreas desconhecidas dos nossos aconchegos? A culpa está em nós, nas políticas locais ou no destino imposto a cada ser vivente?