Ode aos mortais.

Mortais humanos! Confrades da imperfeição adâmica! Questiono-vos sem pretensão de grande denodo filosófico sobre o que haverá de ser de cada um de vós diante do grande e impiedoso juiz de todas as criaturas, o tempo, que aos poucos vai deixando marcas indeléveis em vossas faces, embranquecendo vossos cabelos e fragilizando à cada minuto vossas existências e consciências?

Que alegrias e tristezas serão testemunhadas por seus olhos até que suas respirações sejam silenciadas para sempre pela morte? Por que vos angustiam pelo que nada sabes do dia de amanhã, se não há outra certeza de que vós servireis do mais aprazível alimento aos vermes, passivo em vossos túmulos sob sete palmos de terra?

Apascentai vossos corações, converterás um dia em pútridos cadáveres, mas suas história de vida sobreviverão por séculos e séculos e tereis o mágico poder de influenciar homens e mulheres que nascerão em seus devidos tempos!

Almejas a imortalidade? Busque-a na serenidade de tuas idéias.

Caio Ferro
Enviado por Caio Ferro em 11/02/2014
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