LIVRO VIRTUAL. ASSÉDIO PERIGOSO.

Robert Darnton, acadêmico de nota, mestre eminente da graduada Harvard, responsável direto e gestor da biblioteca da universidade, a maior do mundo, quando de sua estada em setembro no Brasil integrando um congresso de jornalismo cultural, em entrevista falou do futuro do livro, das bibliotecas e das crianças que lidam com as novas tecnologias.

Está voltado para objetivo de digitalizar todo o acervo da biblioteca da Universidade Harvard que ficará disponível sem ônus para acesso em qualquer parte do mundo.

Já existe como em Paris, faz muito, esse procedimento

na biblioteca fundada por Miterrand.

Autor de “A Questão dos Livros, passado, presente e futuro,” obra importante que todos que realmente se interessam por livros devem ler, Cia. das Letras, Darnton diz preferir os livros impressos aos digitais. Não fala nenhuma novidade, e sempre será assim.

Ele também faz um alerta sobre a comercialização do conhecimento por empresas de internet: “A Internet tem o poder de abrir um mundo de conhecimento para todos; para todos que tenham acesso à Internet. Mas a outra força, que eu chamo de comercialização, é muito perigosa. Porque grandes empresas, cujo principal negócio não é o acesso ao conhecimento, mas ganhar dinheiro – essa é a sua natureza –, poderiam monopolizar este novo mundo de acesso tecnológico ao conhecimento”.

É o que vem acontecendo e mesmo os que teriam meios de se defender aderem a essa nova iniciativa. Por quê? Ansiedade para serem conhecidos, como se uma adesão a essa busca de comercialização lhes trouxesse fama e notoriedade. Não trará. São alimentados pela vontade, sempre perigosa soprada por esses mecanismos compreensíveis dos humanos. Eles mesmo se enganam, ninguém precisa enganá-los. É difícil lidar com a vaidade, compreender o que somos.

Em razão disso qualquer produção literária ultrapassa as portas da "publicidade", ainda que mínima porque fácil de colocar na antena, bastam alguns cliques para as operadoras, e todos são publicados, sem exceção, se é que se possa chamar isto de publicação.

Publicação real é outra coisa, envolve mão de obra e trabalho, livro impresso, filtros eficientes para que não circule qualquer coisa, como acontece na virtualidade, e diminua o prestígio de quem edita. Tem custos editar!!! Virtualidade não, é a razão da facilitação, qualquer produção voa na antena, mas só voa, não alcança alturas como das águias, é voo de galinha. Se muitos livros têm acesso na virtualidade é por terem sido ANTES aceitos como livros impressos, e os do domínio público, clássicos. Há uma falta de visão que não enxerga isso, com origem na superação da vontade.

Só o valor inquestionável ganha edição, e por vezes sem sucesso, não importando os custos e de quem os dispende, mesmo o autor, e são necessariamente filtrados. Basta tentarem os que querem ser publicados de forma regular, uma tradicional e média editora, assumindo os custos, e verão que será filtrado e editado ou não pelo editora. Uma editora não irá editar qualquer coisa de qualquer um.

Khalil Gibran com seu mundialmente conhecido " O PROFETA", inestimável tesouro, levou cem anos após sua morte para ser conhecido, tinha valor.

Grassam no mundo hoje, empresas com perfil apontado pelo mestre. É preciso cuidado, ao menos para que os nomes dos pretensos escritores não fiquem ao sabor de um sem número de explorações que só os autoralistas conhecem. No momento gigantes do varejo, creio que por holding e seus braços, assediam escritores da antena para lançamento virtual de suas produções, é preciso cuidado.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/02/2014
Reeditado em 08/02/2014
Código do texto: T4682791
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