A Arquidiocese faz cem anos
 

            Contam-nos o Patrimônio Histórico, a memória e os livros que a Igreja de Deus peregrina, há muito tempo, por essa terra, no caminho definido, certa vez, pelo Papa Paulo VI: “A Igreja existe para evangelizar”; talvez instigado por outro Paulo, chamado de Tarso: “Ai de mim, se eu não evangelizar”. A comunidade dos discípulos, orientada pelo Mestre de como andar no mundo com essa missão, largando embaraços e estorvos, instituiu o lugar, onde preparar-se para a viagem e deixar vestes, calçados e alforje (Lc. 10, 4).

            A instituição se empreendeu, quando o Papa Leão XIII criou, em 1892, a Diocese da Paraíba a que se vinculava a Igreja potiguar, ambas fazendo  parte da Diocese de Olinda. Em 1909, o Papa Pio X desmembra a Diocese de Natal da então Diocese da Paraíba. Em 6 de fevereiro 1914, Pio X, ao criar a Diocese de Cajazeiras, elevou a da Paraíba à dignidade de arquidiocese. Depois, instituíram-se as dioceses de Campina Grande, Patos e Guarabira, constituindo a província eclesiástica da Paraíba. Em 4 de março de 1894, Dom Adauto criou o Seminário Diocesano que comemora 120 anos de ensino, formando homens éticos e cultos  da intelectualidade paraibana.  E assim deve se preservar o Seminário, à guisa do reitorado do admirável professor de Filosofia padre Luís Gonzaga Fernandes, inefável Bispo de Campina Grande, em cuja Catedral jaz sepultado. Valores como ele são inúmeros bispos, padres e leigos demonstrando, à vida eclesiástica e laica, ao agir, falar ou escrever, a eficácia da excelente escola e faculdade que tem sido o Seminário Arquidiocesano da Paraíba, um dos numerosos benefícios que a Igreja prestou à educação e à cultura da nossa terra, serviço no qual se engajaram as ordens religiosas dos franciscanos, carmelitas, beneditinos e jesuítas.

          É mister festejar com júbilo o centenário da Arquidiocese da Paraíba. Essa Igreja, pastoreada inicialmente por Adauto de Miranda Henriques e seguido por Dom Moisés Coelho, Dom Manuel Pereira da Costa (auxiliar), Dom Mário de Miranda Villas Boas, Dom José Maria Pires, Dom Marcelo Pinto Carvalheira e, hoje, nosso arcebispo Dom Aldo di Cillo Pagotto, enquanto igreja instituição de natureza teândrica, instruídos por livros e “animados” pelo Espírito, demonstra pujante ação apostólica e maturidade na fé. Hoje, ao comemorarmos seus cem anos, a Arquidiocese persevera, conduzindo-se e conduzindo-nos, na direção inconfundível do seu caminho indicado por Jesus (Mt. 28, 16 – 20): “Ide e ensinai...”