De Janeiro a Março!

Se a gente for parar para pensar o quanto cruel está sendo o ano de 2007 conosco, perceberá que as surpresas desagradáveis que acabaram acontecendo-nos foram bem maiores em número, do que as agradáveis.

Acordamos em janeiro com a expectativa de podermos estar participando de um grande segundo mandato do Presidente Lula, faltoso como o primeiro. Um Congresso Nacional preenchido por novos artistas nos impressionava, e o festival de violência em São Paulo com queima de ônibus assustava até os brasileiros do Amazonas, estes que, por sinal, viram as águas dos seus grandes rios secarem em grande parte dos seus desenhos geográficos. O governo acenou com a força pública federal, mas o crime organizado nem sequer se intimidou e foi à luta investindo negativamente contra os inocentes da sociedade, os trabalhadores e as donas de casa, até as crianças de colo!

Como se não bastasse e o diabo achasse isso muito pouco, tivemos, e continuamos tendo ainda, a crise absurda do espaço-aéreo brasileiro, que despertou nossa atenção com a queda do boeing, após colidir no ar com o Learjet americano, matando todos os tripulantes daquele.

A Babel se instalou, e o crime pariu indivíduos mais perigosos ainda, e à sociedade restou apenas chorar as suas vítimas fatais.

Alguma coisa permanece justa neste País? Quem responderia à justiça? O que tem reverberado à sociedade, vindo dos nossos tribunais? Os conflitos têm afogado todos em um verdadeiro caldeirão fervente de desesperança e medo. Vivemos esperando a morte chegar! O crime a anuncia quando quer.

As famílias trancafiadas em suas casas, alimentando o pavor e a solidão de um claustro forçado e injusto, têm perdido também seus entes queridos vítimas das balas perdidas, mesmo estando em suas casas.

O fuzuê dos desgovernos Federal e Estaduais constrói o descalabro, e a vunerabilidade social é imensa. As ruas nos mostram a farsa de um drama apavorador que o crime organizado construiu e mantém satisfeito com a impunidade que o protege.

Quando escapamos das balas perdidas, morreremos nos céus do país, vítimas de sei lá o quê (deszelo? ),que acomete os servidores do espaço aéreo. Enchem-se as filas nos aeroportos, como se não fôssemos cidadãos e o Presidente cobra com firmeza. Porém nada é cumprido de tudo, e o caos se repete, e essa vergonha toda se cronifica.

A paciência da sociedade já ultrapassou todos os seus limites. Os bandidos, arvorados de incomum ousadia, seqüestram nossos magistrados como se fossem eles maiores do que o próprio Estado.

Nem sei mais o que nos faltaria atingir para que não necessitássemos sobreviver a tudo isso.

Gostaria de perguntar ao PT: cadê as greves nas ruas das grandes cidades pedindo justiça e paz, como faziam os seus membros, principalmente os mais exaltados, até tempos recentíssimos? À época do governo militar, embora fosse criança, não consigo relembrar ter havido tanto pavor social, frente ao crime organizado, como hoje. Excetuando-se as injustiças cometidas pelo excesso de vários militares, isso, que está aí instalado e ameaçando o país, não existia. A ordem social era outra. O Exército Brasileiro não permitia essa baderna generalizada e ia enfrentar o crime, organizado ou não, nas praças públicas, nas ruas, etc. Bandido sem conserto ia para o céu de algum inferno adequado.

Hoje, tudo está invertido e, em nome da liberdade e da Democracia, toda baderna é permitida e o hábeas-corpus é bálsamo ofertado aos bandidos por alguns advogados descompromissados com a justiça e a lei.

Não sou de direita, nem tampouco radical. Considero-me centrista. Amo a liberdade e defendo a democracia com responsabilidade.Mas não posso deixar de dizer que sinto falta da ordem e da justeza da lei dos anos 70, 80...! O crime avultou-se de tal maneira que a própria polícia tem medo de andar fardada nas ruas das grandes cidades, para não ser reconhecida e morta pela bandidagem. Duvido que na década de 70 essa situação tomasse pé, duvido!

E o que fazer? Acho que unir todas as polícias numa só, aparelhá-la e pagar muito melhor aos seus membros. Enquanto os direitos humanos enfraquecem as ações policiais e o bandido continua podendo comprar hábeas-corpus e cumprir pena de crimes hediondos em liberdade, o que quererá seus membros fazer diferente? O que estão fazendo hoje?

Faltam às polícias ordem, moral, força de ação e cobertura legal nas defesas dos direitos reais da cidadania. Os bandidos estão adorando a falta de tudo isso. Agem com muita facilidade. É uma pena! E continuam a matar policial, e roubar e vestir sua farda, transitar e matar com liberdade, como se tudo e todos fossem cegos! Que vergonha!