As Crônicas de um Bastardo: Os primeiros passos
Após o grande dia, não se sabia ao certo o que aconteceria
Mas enfim um rumo ele ganhou
Foi para um lugar onde outros com a mesma sorte vinham parar
E em um orfanato ele acaba de chegar
Como será que era o mundo a sua volta
Dentro dos seus pensamentos primitivos
Será que ele sabia o que se passava
Será que tinha alguma noção da sua situação
Em todo esse turbilhão de pensamentos perdidos
Algumas perguntas ficaram sem respostas
Será que a Sra. Thal não sentiu nada ao vê-lo
Será que quis segura-lo
Talvez embalá-lo pelo menos uma única vez
E o Sr. Fulanoh será que dormiu bem naquela noite
No lugar onde o pequeno bastardo estava
Será que alguém se importava, ou somente cumpriam suas funções
Será que alguém acompanhou suas primeiras silabas
Ou apenas se perderam no tempo espaço
Para onde seus olhos olharam
Será que para o vazio de alguma parede
Sem sorrisos a sua frente, sem braços, sem abraços
Sem o calor do peito a segurança de um colo
Quantos gestos foram perdidos
Quantas poses não foram capturadas por uma foto
Sem um vídeo, sem um nome, sem amor
Simplesmente ali sozinho, contando com sua sorte,
Sem poder se defender
Quem sabe em algum lugar alguém pensava nele
Alguém talvez sentiu o vazio que havia ficado
Talvez até tenha chorado sem poder estar ao seu lado
Ou somente esqueceu o pequeno bastardo
O tempo passa depressa naquele lugar
Entrava mais um, saiam alguns, mas o bastardo ainda estava lá
Talvez nasceu sem encanto e ninguém se interessava
Quem sabe o destino estava tramando contra ele
Cinco meses pareciam muitos anos naquele lar
Ainda mais que o pequeno bastardo não conseguiria lembrar
As coisas que aconteceram naquele tempo
Mas um dia uma janela se abriu e um anjo apareceu
Esse anjo carregava muito dor em seus ombros
Mas mesmo assim lá estava ele a sorrir para o pequeno bastardo
Um janela para um novo mundo estava aberta
Sentia o calor dos braços do anjo e ouvia sua voz que dizia:
"Vamos para casa, conhecer seu novo lar"