Um Futuro Sem Memória?
Histórias gravadas na pedra, papiros, pergaminhos, livros de papel... antes, tudo era registrado usando estes materiais, e acho que se não fosse por isso, nós não saberíamos tantas coisas sobre o passado quanto sabemos. Mas hoje, tudo é armazenado em nuvens que a qualquer momento, podem ser sopradas por algum vento virtual e desaparecer do céu; fotos, textos e reportagens são postadas em blogs e sites que podem sumir mais rapidamente do que piscamos os nossos olhos. Pendrives (já tive várias músicas e textos perdidos devido a pendrives defeituosos) e midias guardam nossas lembranças e memórias de família - que antigamente, ficavam em álbuns de papel.
E tudo pode sumir, desaparecer devido a uma simples pane na eletricidade ou na internet. De repente, um hacker pode invadir nossos espaços virtuais, apagando o conteúdo de toda uma vida, a obra de muitos anos. Sem falar na mais nova modalidade de sequestro - o sequestro de dados. Um cracker entra nos computadores de grandes empresas, e literalmente, sequestra todos os dados das mesmas, exigindo resgate para que volte a liberá-los.
Pendrives são tão frágeis! Um amigo me contou que perdeu quase todas as fotos de viagens que ele registrou desde 2006! E olha que ele viaja muito... eu mesma, ao formatar meu computador de forma descuidada, acabei perdendo várias fotos e aulas que eu tinha preparado.
E se, num futuro distante, houver uma hecatombe? O que sobrará da nossa história para aqueles que encontrarem nossas ruínas? Haverá algum registro? Antigamente, havia as enciclopédias. Tudo o que alguém poderia desejar saber, estava armazenado nelas. Recentemente, a Enciclopédia Britânica anunciou que, pela primeira vez desde que começou a ser publicada em 1768, deixará de imprimir suas publicações. Achei um pouco assustador.
Vivemos em um mundo frágil. Nossa história recente transita por aí em nuvens virtuais, sites, blogs, leitores virtuais, pendrives, CDs e DVDs. Aos poucos, vamos entrando na era da informação flutuante. Mas... e se ela afundar?