Você perdeu o melhor de mim

Parecia mais um dia comum, voltava para casa com aquela sensação de que estava me perdendo nas areias do tempo, cada vez mais submerso em uma vida medíocre, irritado com a inércia da vida, da lentidão das pessoas, da situação em que me encontrava e assim com um nó na garganta que mais parecia um ninho de cobra, decidi mudar.

Olhei meu apartamento com a mesma bagunça de sempre, esperei o telefone tocar, como se eu soubesse que aquilo ia acontecer de fato e aconteceu, mas hoje eu não disse nada, estava ali com a foto que tiramos juntos, naquele dia da cachoeira, ostentando todo o nosso amor, todo o seu sentimento, porque o meu não existia mais.

Cuidei de você, te tratava como uma princesa, guardava o dinheiro do almoço para comer no final de semana uma picanha com batata, nesses restaurantizinhos afeminados da moda e fazer a sua vontade de tirar foto de comida. Comprei roupas novas, prometi ser menos louco e mais careta, que alegria eram nossas ligações, recheadas de risadas, desejos explicitados por minha vontade louca e incessante por sacanagem, eu quase enxergava você de olhos fechados, mordendo os lábios, com aquela sua risada baixinha.

Fiz planos, comprei presente, o que era praticamente um milagre, odeio gastar dinheiro, mas cada mimo era um investimento para ter um beijo seu, mas essa avenida só tinha um sentido e nunca nada voltava.

Minhas vontades para você eram sempre imaturidades, minhas reações soavam como um convite a insanidade batendo a sua porta e pouco a pouco, fui me apagando, te dando a minha luz, para que com a sua prepotência, fosse apagada.

Eu namorava seu corpo com o olhar, te devorava na minha imaginação, te despia em pleno passeio publico, numa mistura de amor, paixão e selvageria, era todo seu, como você sonhava seu príncipe certo? Errado!

Eu nasci guerreiro e morrerei motivado pelo fogo da batalha e não por poses, diplomacia idiota e meia dúzia de fotos com sorrisos amarelos, sou bem mais que isso, sempre fui e você nunca notou.

Busquei as palavras mais lindas que meu coração poderia dizer, viajei por florestas para tentar encontrar uma flor que lembrasse o seu perfume e você me retribuía com desdém, que pena, eram os meus braços que te protegiam de tudo, minha dedicação para te fazer feliz reduzida a meras caricias sem valor, facilmente trocadas por alguma amiga imbecil sua com cem reais a mais do que eu na conta.

Nossas fotos, hoje me soam como piada, onde o palhaço era eu e nesse circo não tinha graça nenhuma, apenas um trouxa com a cara pintada tentando fazer rir uma velha decrépita e fútil.

De tudo, quero que você guarde apenas duas coisas, meu pranto, que tantas vezes rolado, mesmo em silencio, vitima dos seus malfazejos, e seu ego inflado e do meu sorriso, para te lembrar que existe o melhor em mim, mas que ele não é mais para você e nunca deveria ter sido.

Meu caminho eu faço sozinho.

Deangelis Guerreiro
Enviado por Deangelis Guerreiro em 04/02/2014
Código do texto: T4678223
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