Foto: Evaldo C. Macedo - Av. Piabanha
Se eu Tivesse Muito Dinheiro...
Quem nunca imaginou o que faria se de repente algum parente distante lhe deixasse uma fortuna incalculável - ou, se ganhasse sozinho a Megasena? Acredito que todo mundo já sonhou em ter dinheiro - embora a maioria das pessoas sempre diga que dinheiro não traz felicidade. E não traz mesmo. A felicidade só vem para aquele que, rico ou pobre, a cultiva dentro de si e olha para a vida com gratidão, tendo capacidade de resiliência e aceitação - ao mesmo tempo que consegue ser forte para obter as coisas que deseja.
Mas sonhar não custa nada...
Alguns 'habitantes' do rio Piabanha
Passeando pela Avenida Piabanha hoje de manhã, eu passava pelas árvores e casas centenárias, sentindo o frescor daquele caminho, apesar do calor forte de verão nas outras ruas. Aquela rua é especial, pois me traz muitas lembranças de infância. Por ali eu, minha mãe e minha irmã passávamos quando íamos visitar Clarisse, uma de suas primas que morou naquela rua durante muitos anos. A avenida Piabanha é uma das poucas ruas de Petrópolis que se manteve exatamente como sempre foi, mesmo tendo trocado de nome várias vezes, e finalmente, retornando ao nome original.
Ao ler o cartaz informativo daquela rua (recentemente, estes cartazes foram colocados nas calçadas dos pontos turísticos de Petrópolis) descobri que muitas pessoas famosas já viveram ali; inclusive, João Cabral de Mello Neto! Também fiquei sabendo que algumas daquelas enormes e lindas árvores foram plantadas em 1850, ou seja, elas tem pelo menos cento e sessenta e quatro anos.
Bem, mas voltando ao assunto do que eu faria se tivesse muito, mas muito dinheiro... eu compraria casas. Dezenas delas, nesta cidade e no mundo todo, e moraria em todas elas durante certos períodos do ano. Eu escolheria apenas as casas mais antigas, que eu reformaria e decoraria aproximando-me ao máximo do original. Após possuí-las e desfrutar do seu conforto e beleza por alguns anos, eu as doaria para que fossem transformadas em escolas, oficinas de arte, centros de reabilitação, museus ou abrigos. E compraria mais casas.
Ponte das Duchas - Av. Piabanha
Eu hoje passei pelas janelas fechadas daquelas casas antigas, e pensei que seria lindo um dia encontrá-las todas abertas, com pessoas debruçadas nos parapeitos, observando a beleza das árvores. Haveria música alegre e suave saindo de dentro delas, crianças, cachorrinhos e gatos nos quintais e pais chegando em casa com embrulhos de pão pendurados nos dedos. As vizinhas conversariam nos portões, os filhos agarrados às barras das saias, enquanto aguardavam a chegada dos maridos. Meninos jogariam bolinhas de gude na calçada, e meninas passeariam com suas bonecas em carrinhos. Haveria poucos carros passando, exatamente como costumava ser quando eu e minha mãe passeávamos ali na minha infância. E tudo ficaria assim para sempre.