Máscara
E em meio a tantas máscaras e rostos, sua face veio através de meus olhos, lendo meus movimentos em gestos tolos. Decaí em suas feições sem respirar, e quando adormeci, vieste como fantasma intrigante, atraente e enigmático. Seu olhar usurpava em mim algo jamais revelado.
Desfilava ao meu redor em silêncio, suas expressões sempre indecifráveis e inertes. Observa meus passos, me atraia e distraia. Enganava-me com seu leve fascínio, vasto de mistérios sombreado de beleza inerente, surpreendia-me com suas palavras dóceis tocando meu interior vazio.
Baixou sua máscara somente para mim lentamente, furtou-me o ar despercebido, acelerando meus sentidos mórbidos. Contemplava sua alma através de seus espelhos, flertava com as chaves de suas correntes invisíveis que brincavam com meus punhos. Seus medos cantavam para mim toda noite, despertando os meus.
Criatura persuasiva que desejou me fazer crer que eu era seu único declínio, mas cavalgava por outros corações que nevam como o meu, lançando encantos e desencantos, como algo sem nome e sem cor. Seu vacilo quebrou a máscara triste que lhe protegia, e seus passos se tornaram lenda em meus sonhos.