UMA CASA SEM CACHORROS?!

Ele entrou no elevador e sentou-se quieto. Eu não resisti e passei a mão por sua cabeça de pelos macios. Ele estava coberto de flocos de neve, mas sorriu feliz com o afago.
Seu dono, me disse que ele chama-se Tom. E adora receber carinhos. E acrescentou que, Tom, não se importa com o frio da neve, pelo contrário, adora afundar nos montes de neve.
O elevador parou, desci no meu andar: décimo sétimo.
Tom seguiu com seu dono, rumo ao vigésimo quinto, onde moram.

Tom avivou a saudade, que sinto dos meus três cães, quando estou viajando. 
Mesmo vendo-os todos os dias, através dos meios de comunicação hoje existente, e sabendo-os super bem cuidados, por um dedicada funcionária e pela minha filha e genro, que moram em um condomínio de casas, vizinho ao nosso. E ainda por não tirá-los de suas rotinas, pois continuam dentro de nossa casa, onde transitam livremente. 
Nunca tivemos canil, para os nossos cães. Em nosso lar, o lugar deles  é junto a nós, onde estamos, eles estão também.
Portanto nessas minhas viagens demoradas, não tenho preocupação alguma com os cuidados deles, pois sei que estão tendo toda atenção, mas sobra saudade. 
Ah, e como sinto saudade deles.

Ontem a noite, minha filha como de costume, os colocou em frente ao iphone, para que eu os visse. E acreditem, eles prestam atenção ao som de minha voz, quando converso com eles.
O Moke late feliz, o Marley late impaciente, e a Lola me responde uivando alto.

A saudade que sinto é boa, doce, suave.
E não me impede de seguir viajando, nessa fase de minha vida chamada de terceira idade. Sempre penso que, de fato ela (a fase)  traz alguns inconvenitente. Por isso,  busco aproveitar o que a chamada terceira idade, oferece de bom, ou seja: o  tempo mais livre, para que eu o administre da forma que quiser. 
Sendo assim, não abro mão de ter esses maravilhosos e fieis amigos de quatro patas, e nem de viajar, uma das coisas que mais gosto de fazer, e meu marido idem.
Voltar para casa e não encontrar os três incríveis amigos me esperando, com suas lambidas, abraços, e muitos latidos, não teria a mesma graça. Adoro pensar no retorno e na festa que eles fazem para me receber, onde não falta muita alegria.

Uma casa sem cachorro, definitivamente não está em meus planos. Para mim, seria o mesmo que um jardim sem flores.

 
Lenapena
Enviado por Lenapena em 31/01/2014
Reeditado em 31/01/2014
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