Argentina 4,

PERSONAS NON GRATAS


Em julho de 1982, eu era o responsável pelo Controle de Inventário da Divisão de Peças de Reposição da empresa. Nossa Divisão se reportava à Central Parts, em Chicago e o Vice-Presidente do setor internacional era Inglês.

Havia a necessidade de realizar um inventário físico na operação da Argentina, que, devido à paralização que se seguiu à guerra recente, estava inerte. Ninguém compraria peças para aplicar em máquinas que estavam paradas...

O nosso escritório em Valinhos era um terreno neutro para Argentinos e Ingleses. Então, o Gerente Geral da Argentina veio ao Brasil para explicar a situação ao Inglês e havia um clima de mútua desconfiança: o Inglês não considerava o Argentino confiável para reportar resultados de um inventário que poderia ser o último e o Argentino não recomendava, talvez contrariando seus desejos mais ardentes, que o Inglês fosse a Buenos Aires naquele momento...

Fui, então, designado para supervisionar “in loco” esse balanço final, como um representante da Central Parts de Chicago.

Lembro do meu constrangimento naquela sala. Ainda bem que o Carmelo era uma pessoa sensata e entendeu logo que eu não tinha nada a ver com aquela desconfiança e, salvo uma inicial frieza, logo estabeleceu-se entre nós um bom diálogo e ele se colocou à disposição para ajudar no cumprimento da tarefa.

Um evento dramático como uma guerra me deu a oportunidade da primeira de muitas viagens internacionais. Se não fosse totalmente descabido e inoportuno eu pensaria: "Gracias, Galtieri". Ainda bem que não pensei...

Segue...

Leo
Leonilsson
Enviado por Leonilsson em 31/01/2014
Código do texto: T4672184
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