FORTALEZA
O dia 12 de outubro, caído na sexta-feira, fez mais um feriadão no ano de 2012 porque o dia 15 é dedicado, merecidamente, aos professores.
As passagens já estavam compradas e fomos, Márcia e eu, “dar um giro” na bela e acolhedora capital do Estado do Ceará.
Saímos de casa na noite da quinta feira e enfrentamos o desconforto da viagem aérea que, entre o aeroporto de Guarulhos e o de Fortaleza mantém os passageiros engessados e afivelados em poltronas minúsculas no salão, onde são amontoadas 187 pessoas.
(Esse absurdo está narrado na crônica AVIAÇÃO publicada em 15.10.12 - Código do texto: T3933696)
Ao final de quase quatro horas chegamos e o mal estar se desfez diante do lindo rosto da minha filha Ana Laura que, mesmo com o adiantado da hora, fez questão de nos apanhar no aeroporto e levar-nos para a sua casa.
Pela manhã o sol e o calor nordestinos, através da janela, nos deram as boas vindas.
Era a primeira vez para Márcia, mas eu sou macaco velho porque já estive não sei quantas vezes no Ceará e, confiante no conhecimento adquirido, levei-a para conhecer:
A Praça do Ferreira (testemunha muda dos grandes acontecimentos cearenses);
O Teatro José de Alencar (fechado para uma reforma que nunca acaba);
O Mercado Central (com as suas frutas, seu artesanato em madeira, palha, ferro... suas peças de vestuário bordadas ou rendadas, as maravilhosas redes...);
Na Ponte dos Ingleses, mais conhecida como Ponte Metálica, contratamos o passeio pelas praias de Cumbuco, Morro Branco e Canoa Quebrada, passando pelas minas de areia multicoloridas, com direito ao passeio de bugre sob um sol de rachar;
Em Pindoretama, vimos a maior rapadura do mundo (consta do Guinness book).
Outra vez em Fortaleza, passeamos no calçadão de Iracema e fomos comer camarão, lá no finzinho do Calçadão da Beira Mar, preparado por Dona Maria em sua barraca ao lado do Mercado de Peixe no caminho da Esplanada do Mucuripe cuja bela visão foi alterada pelas enormes pás dos geradores eólicos.
Olhando a dança de ciranda aqueles gigantes, girando, girando, dia e noite, ficamos a imaginar por que o poder público não aproveita essa força para bombear a água do mar, dessalinizada, para as cabeceiras dos rios lá no interiorzão seco a fim de proporcionar a perenização desses cursos d’água e a partir daí, reflorestar.
A ideia não é travar uma luta inglória contra o bioma Caatinga, mas de criar alternativas de vida melhor para a gente que vive nele.
Como boa paulista que é Márcia não dispensa, logo pela manhã cedo, o pãozinho na chapa com leite pingado, tomado em pé mesmo, no balcão da padaria, e nós fomos lá numa padaria do bairro, duas ou três ruas adiante.
O desejo foi satisfeito, comemos, mas a iguaria, quando preparada longe de São Paulo, perde muito em qualidade porque “cada terra tem seu uso e cada povo o seu costume”.
Na véspera da volta, reunião de família, com churrasco na casa do filho Alejandro, com minha querida irmã Lílian e o resto da turma, com direito as nuvens grossas tangidas pelo vento forte que prometiam a chuva que ameaçou, ameaçou, mas não caiu.
Cansados da maratona, saudosos, mas felizes voltamos para casa com a certeza de que na próxima oportunidade nós retornaremos porque há muito ainda para ser visto (e revisto) no Ceará, especialmente as caras lindas dos netos Victor, Ruben, Beatriz, Fernanda, Gustavo...