Uma pausa na inquietação da vida

*Será a felicidade uma pausa na inquietação da vida?

Nunca esqueço desta frase que li já faz um tempinho,mas que ficou gravada na tela da minha lembrança como uma evocativa recordação de dizeres mágicos.A pausa representa a trégua momentânea da constante agitação da vida moderna,o alheamento de tudo,dos afazeres,dos problemas familiares,dos ruídos de fora,e que nos traz,ainda que por instantes passageiros,despreocupação,agradável sensação de tranquilidade e paz.Contudo,todo o conceito de felicidade nunca se apresenta completamente definido.Ela,como o amor é muito mais sentida do que traduzida,cada pessoa a imagina a seu modo,de acordo com seus próprios princípios e estilo de vida.Há quem se julgue feliz por muito pouco,há quem se sinta feliz vendo outros(in)felizes,tudo depende do referencial de cada um,daquilo que cada um de nós crê e pretende para a própria vida.

Diz-se que a felicidade raramente é duradoura,nem pode ser constante no nosso mundo cheio de disparidades e incompreensões.Contudo e certamente momentos felizes compensam a canseira alongada dos nossos dias.

Não conto as vezes em que meus filhos no momento de parar o jogo,a brincadeira que estão fazendo, quando chega a hora das refeições ou de dormir por exemplo,(geralmente em torno às 20:30 já estão se aninhando cada um na sua cama),se lamentam,murmurando as suas justificativas para continuarem a brincar pois estão felizes e a mamãe ou o papai têm que impor esse limite sem fazer grandes concessões.Dar um 'não' aos filhos em certas situações é necessário e pode ser fundamental na formação da criança,não tirando dela o bem-estar e a segurança de que precisa pra ser feliz.

Passando a uma reflexão mais crua da realidade percebemos que nos últimos anos os suicídios,indicadores de um mal-estar mais generalizado,no nosso continente aumentaram drasticamente(basta acompanhar as notícias de crônica cotidiana nos jornais e tv).O que acontece?Por que ao bem-estar material se acompanham melancolia,infelicidade,incapacidade de dar um sentido à própria vida?Culpa da crise econômica associada ao ‘stress’ moderno,dizem alguns analistas espertos para justificarem o porquê de certos comportamentos...jovens cada vez mais jovens todas as noites lotando os bares nos centros das grandes cidades a falar de nada,bebendo um aperitivo,frequentemente sem nenhuma idéia de como vão concluir a noitada,e o pior,sem objetivo na vida.Uma alarmante constatação de outro fenômeno muito perigoso que aflige nossos tempos.

Seguramente,a infelicidade,a incapacidade de dar um sentido à vida e,infelizmente,muito frequentemente o suicídio,são também ,ou sobretudo talvez,o resultado de um dramático vazio de ideais e de valores.

Por outro lado é possível afirmar que humanamente não se pode dar felicidade a quem quer que seja,mas apenas alegria,aquela precisará ser conuqistada mediante esforço individual por merecê-la.É possível sim oferecer ajuda,seja no âmbito material(quem pode e quer),um ombro amigo(este todos podemos),mas pessoalmente acredito que a felicidade no seu sentido mais puro,mais completo vem realmente de dentro de cada um,sem a interferência de outrem.

Enfim,a prática do bem pode conduzir a cada um de nós à conquista da felicidade,nos empenhemos pois,pelo seu almejado alcance dentro e fora de nós,com espírito de perseverança,força de vontade e coração.Às vezes aquilo que julgamos irrisório pode significar tanto para nosso próximo.

Bergilde
Enviado por Bergilde em 30/01/2014
Reeditado em 19/05/2015
Código do texto: T4670587
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