ÁGUA DA BELEZA

Outro dia comprei uma frigideira bonitinha, dessas modernas de cerâmica, vermelha por fora e creme na parte interna. Não entendi bem como é essa cerâmica, enfim... Ela é antiaderente e esquenta rapidamente. Pois bem, depois de ali grelhar umas tirinhas de carne, ao depositá-las na travessa esbarrei meu braço na lateral da frigideira. Queimei a pele, é claro, e logo começou a doer. Não tendo em casa nenhum remédio para queimaduras, lembrei-me de um produto que certa vez usei para o mesmo fim e pelo mesmo motivo, por falta de outro. Nem era remédio, era pasta d´água, que eu costumava passar no rosto das crianças por causa do sol no tempo em que ainda não havia esses protetores tão comuns hoje em dia. Como se tratava de algo que se podia usar na pele, na hora do desespero passei na queimadura e para minha surpresa, logo a dor sumiu. Agora que não tenho mais crianças em casa, precisei ir à farmácia buscar um novo vidrinho. Apliquei uma fina camada naquele dia e outra no dia seguinte. Só isso foi o suficiente para que a dor desaparecesse e eu me esquecesse do machucado. Uma semana depois a pele estava recomposta, sem a mínima sombra da queimadura! Parece que na composição da pasta d´água há amido...

Lembrei-me também que antigamente, quando exagerávamos ao tomar sol na praia, minha mãe fazia uma papinha de maisena (crua) para amenizar a vermelhidão da nossa pele, principalmente do nariz. Se não houvesse maisena, ela deixava de molho um punhado de arroz e passávamos aquela água esbranquiçada no rosto. Nessas horas ela gostava de contar que em sua juventude ela usava essa mesma água, que ao secar se tornava ‘máscara’, nas tardes que antecediam aos bailes. Deixava a pele macia e mais bonita...