A RIQUEZA DE UM BAIRRO POBRE ESTÁ NA POBREZA DE UM POVO NOBRE
Versos simples para um povo composto
Composto do barro, da terra e de sonhos...
Sonhos vazios, cheios de impostos, impostos em tudo,
Na alimentação, no vestuário, num pedaço de chão.
Sou mais um de mais uma geração
Que cresceu às margens do “valão” que já foi rio
Rio límpido, fundo, frio...
Hoje está quente, fétido, infecto, sombrio...
Correndo na contramão, de encontro ao progresso, infelizmente.
Felizmente ainda há respeito às tradições,
Simpatias inocentes, desrespeito proibido,
Considerações inerentes a um povo sofrido.
Em prol dessa gente sinto vontade de gritar, de proferir um palavrão
Não só pra rimar, mas para expressar minha ira, o ápice da minha revolta
Que o Senhor aparte de nós esse cálice
Eis que ele foi, mas em breve volta.
Para julgar essa (in) justiça hipócrita, ridícula, protecionista,
Elite mercenária, preconceituosa, partidarista.
Ele voltará para desviar a “espingarda” apontada em direção às cidades
Cidades pobres, desestruturadas, esquecidas, desamparadas...
A “espingarda” carregada de covardias: Guerras, genocídios, agonias,
Depressão, suicídio, pedofilia,
Corrupção, homicídio, latrocínio e várias fobias...
Disparadas sobre o povo todos os dias.
Ferindo fundo, sangrando forte e sem parar
Como uma hemorragia impossível de estancar.
Porém, a gente aprende a realizar, pois agente sabe sonhar,
A gente sabe perder, mas a gente aprende a ganhar,
A gente aprende a sorrir, pois agente sabe chorar,
A gente sabe correr, mas a gente aprende a driblar,
A gente aprende a fazer, pois a gente sabe esperar,
A gente sabe que vai morrer, mas a gente aprende que vai ressuscitar,
A gente só precisa crer, só precisa acreditar.