QUE FIQUE SÓ ENTRE NÓS

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Na atual vigência de minha vida, depois de cinqüenta e nove anos vividos e, dentre eles alguns mal vividos, posso lhes dizer, que me dou o luxo de escrever sem nenhuma preocupação com o que vou escrever ou com a receptividade do texto. Escrevo para meu deleite espiritual e, sobretudo para o apuramento cultural, sim, porque o ato de escrever para mim engloba uma série de procedimentos, que vão desde inúmeras leituras, pesquisas e cruzamento de informações, a constantes consultas em meu querido e amado Houaiss, além de buscas no dicionário de sinônimos, por palavras que «quebrem» a maneira costumeira de usá-las. Às vezes sou obrigado a escrever, às pressas, assim como num passe de mágica, mas isso não me trás prazer nenhum, não aprimora meu conhecimento.

Não me traz prazer, também, meter a colher em panela alheia, como se diz por aqui. É muito fácil apontar em prosa os erros de um poeta, mas prefiro com ficar com três versos que me mostre alguma beleza a condenar um poema inteiro. Aproveita-se mais com doze versos de Homero e Virgílio do que com todas as críticas feitas a respeito desses dois grandes homens. Além do mais, não tenho, até hoje, conseguido edificar um pensamento, uma visão nítida, acerca de quais sejam os padrões de perfeição. Se não os tenho como posso apontá-los? Há, porém, os que lhe bastam a suspeita, a crença, a fé, no conhecimento da perfeição, para que assumam ares de quem leva o sublime encargo apostólico de salvar as almas escreventes da suposta mediocridade literária. Muito humano, e sumamente leviano.

O gosto público, seja do leitor vulgar, seja do crítico especializado, apresenta altos e baixos, ora erguendo um escritor à categoria de gênio, ora considerando-o secundário, e vice-versa.

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Esta é uma opinião extremamente pessoal e assim deve ser encarada e nada mais, além disso.

Se você encontrar erros (inclusive de português) relate-me.

Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 28/04/2007
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T466825
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