VASO BOM. É O QUE SOU
Hoje, estou “quase” convencido de que sou um homem bom. Bom? Bom nada: boníssimo, dos que merecem, definitivamente, um espaço no panteão dos beatos. E vejam bem: não afirmo isso por cabotinismo, me valho da mais pura lógica para chegar a tal conclusão.
Os ditos populares, a exemplo da fé, não costumam falhar. Eu acredito em quase todos, desde que me convenham. E o que diz um dos mais famosos deles? Que vaso ruim não quebra. Trata-se da mais absoluta verdade. Ora, ora, se vaso ruim não quebra, vaso bom quebra.
Como estou um amontoado de cacos – a espera de uma alma santa munida de vassoura e pá, que me recomponha –, só posso ser o que sempre imaginei: um cara trilegal.
Contra a lógica, meus caros, não há argumentos.
Em tempo: o “quase” do primeiro parágrafo vai entre aspas porque José Dirceu, certa vez, disse que estava “quase” convencido de sua inocência, no caso do mensalão. Se um sujeito como ele, não tem certeza de sua inocência, por que eu haveria de ter sobre minha bondade? (fevereiro de 2013)