OPINIÃO OPINIOSA.
Já lancei aqui em meus folguedos na distração de escrever - pois para mim esse espaço não passa de uma agradável distração, mera recreação, logo que aqui não se faz trabalho ou literatura – algumas ideias sobre dar opinião.
Dar opinião é irmão de direito individual conquistado com suor, sofrimento e luta pelos povos. Muitos morreram por esse direito maior e fundamental, dar opinião, e dormem nos sacrários de seus pensamentos nos túmulos da posteridade, reverenciados.
Esse fato se tornou um dos maiores direitos dos povos civilizados sob a rubrica do “direito da livre expressão”.
Sob esse enfoque basilar todos dão opiniões que servem ou desservem, como é humano.
Os afetados são conhecidos por suas posturas, são extremamente opiniosos, ou emudecem como forma de serem opiniosos e por não poderem fazer de forma diversa, contraditar. Falta substrato.
As vezes e reiteradamente o fazem veladamente, belicosos que são, e salta das entrelinhas desaparelhados para a vida como restam, deixando seus rastros amargos ensombrados que ao observador agudo não escapa. E se acham, coitados, em alturas onde nunca estiveram, e nunca estarão, desconhecem o próprio veículo da expressão, o verbo, quanto mais o conteúdo que a língua impressa possa transmitir.
Dando alguns passos em letras, em solilóquios precários recepcionados por neófitos, sobem rapidamente no pódio de um reconhecimento em aclamação por aplausos fáceis nascidos do despreparo, que impressiona aos impressionáveis, embora sem absorção. E mostram seus interiores aparentemente coloridos, altamente enganadores, na mudez de quando nada podem construir, logo que suas tropeçadas letras movem-se em castelos de areia estruturados na praia da ilusão alimentada pela pretensão.
Quando falta humildade falta tudo! É preciso simplicidade para aprender e crescer. Quando se torna difícil ouvir e avaliar, se torna impossível assimilar o que edifica.
São assim os opiniosos, alguns santificados em causa própria, isolados do que possa melhorar, outros encarcerados na soberba tola das primeiras letras, taciturnos e falaciosos.
A livre expressão, mesmo pobre de fundamento, foi erigida para aproximar, não para matar mais a morte de quem já está morto.