Rolezinho pela TV

Estava eu sentado em meu sofá

Sossegado, curtindo uma folga, quando, diante da TV - alias diga-se de passagem, é a "melhor" opção para uma folga, ver TV - me passa meu programa favorito, aquele que mostra os "rolezinhos" dos grandes "heróis" dentro daquela bela casa com vários participantes.

Isso! Aquela casa que nunca deu mole a nenhum perdedor, pai de familia, trabalhador, que, assim como eu, também sustenta-a, liga pra ela. A casa dos sonhos, aquela que pra entrar precisa ser eleito por votação, por decisão democrática. A casa onde acontecem as maiores trapaças, traições e ostentações.

A casa dos verdadeiros rolezinhos, onde nem precisa-se ser magistrado pra dar rolê. A casa onde só é necessário ser "VIP" pra sair de lá milionário.

Os assuntos ali tratados nada têm a ver com as verdadeiras necessidades do povo brasileiro. Desviam-nos a atenção para mostrarem ali na casa dos "belos" as deturpações e fraquezas de seus participantes.

Ao contrario do que parece, o programa que me prendeu a atenção em minha folga não é o BBB14, embora coubesse outro significado pra sigla que denominasse a verdadeira casa da qual falo: Brasília Bela Babilônia. O programa em que estou a assistir os rolês é o jornal que mostra toda a pompa dos parlamentares na grande casa no planalto central. A casa que abre mão de estabelecer saúde, educação e moradia, para impor uma utópica Copa do Mundo do ano de 2014.

Enquanto o jornal e toda a mídia forem pela "casa" também manipulados, assim como nós "telespectadores" impotentes, sempre teremos entretenimento televisivo como os rolezinhos nos shoppings, os rolezinhos nos BBB's, os rolês dos policiais a barrar o direito de protesto do povo brasileiro, entre outros milhares.

E eu continuo aqui diante desta caixa falante, a TV, dando uns rolês por canais ademais, procurando novos entretenimentos que me acalmem a alma sedenta por justiça e que ainda crê que a resposta pra toda essa desgraça é a comodidade de que, em um dia de folga, simplesmente ver a TV e esperar dias melhores basta.

Harlen Ribeiro
Enviado por Harlen Ribeiro em 26/01/2014
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