Brasil sem limites – 2
As crianças no passado nem gente eram consideradas, por vezes. A criança tinha que aceitar tudo dos pais ou responsáveis. Não tinham o direito de opinar em nada, só aceitar as ordens e já houve um tempo que na escola a palmatória era usada sem dó nem piedade.
Minha infância de criança pobre foi muito sofrida. Faltava-me tudo. Desde alimento à roupa. E minha reação foi começar fazer algo que me desse algum dinheiro. Pois aos nove anos eu já fazia uns rolinhos de pule de bicho que servia de base para fogos de artifícios. Mas fui tentando de tudo que aparecesse, sem, contudo ser desonesta ou pensar em coisas que a ética não me permitia, mesmo sem saber à época a definição dela.
Isso só para ilustrar minha reflexão. Pois gostaria de me referir ao ECA – (Estatuto da Criança e do Adolescente). Que permite à criança e adolescente muitos direitos e pouquíssimos deveres. Imagine que não podem sequer ajudar os pais em alguma atividade, mesmo que seja de sobrevivência da família. Se houver uma denuncia o pai será imediatamente punido.
Estava ouvindo um debate numa determinada rádio AM sobre o tema e muitas pessoas ligavam emitindo suas opiniões. E a maioria era taxativa em dizer que, trabalharam quando criança e adolescente e por isso hoje seriam responsáveis e trabalhadores.
Alguns até diziam em tom jocoso, “ não pode criança e adolescente não podem trabalhar, mas podem votar, usar droga, se prostituírem. Não existe nenhuma legislação que acompanhe essas situações citadas. Tem até o ditado popular: cabeça vazia é oficina do diabo.
Pois é só podem apenas estudar, a escola não os atrai, como as tecnologia existentes, os pais nem sempre tem tempo para acompanhar seus passos. E ai fica ao Deus dará.
É muito complicado, nem oito nem oitenta.