2 - OS BURCOS DESCOBREM O JULGAMENTO

No acampamento a burca Maria tropeçou nas porcarias, ou melhor, em burcarias, que ela mesma deixara pelo caminho, então tentaram responsabilizar um porco, um dócil porco, na realidade somente por que ele era um porco sem pedigree e de curioso se apresentara como voluntário para as lidas domésticas do acampamento.

Ela ia e vinha acumulando coisas fora do lugar e isto irritava as lideranças da coluna burca, entretanto ninguém dizia nada, todos os burcos são burros e medrosos, medrosos são traiçoeiros, por isto o porco desconfia que alguns dos pares dela tenham posto as burcarias no caminho dela.

Instala-se um pequeno tribunal de zona, zona de guerra, primeiro ouvem a suposta vítima, Maria burca, que mostra seus joelhos cheios de hematomas e aponta o pobre porco como culpado.

Testemunhas falam e chega a vez do acusado, a vez do porco, do pobre porco, que prefere não ter advogado, ou melhor, quando inquirido apenas diz que Deus o defenderá, então o advogado de Maria esfrega as mãos achando que já ganhou e que certamente o porco irá para o abate, tremendo engano o porco esta bem representado e será inocentado naquele, no outro e em mais dois julgamentos. Certamente fora a mão de Deus que conduziu assim. Perguntado o porco somente responde que por ele tanto fazia se foram os pares ou os impares, mas foram eles.

Chega o dia da decisão final, Maria estava causando estrago à coluna e seus pares concluem que o melhor era deixá-la na Província.

Maria não sai por baixo, nem por cima, muito menos pelos lados, sai para o sul garganteando que na Província terá tudo do bom e do melhor.

Assim mataram a burca Maria, sem nem mesmo ter virado torresmo, bem baixinho um dos lideres cochichou com ela dizendo que era melhor ficar ao invés de que virar torresmo para os Porros.

Lá das lideranças parte mais uma decisão devem retomar a estrada, pois parados a polícia política do poder central eliminará um a um, como fizeram com Maria burca. A providência exige quem identifiquem que são os porros infiltrados, os porros tem aspecto físico semelhante as durocs, exceção aos pés que são de burros.

A maioria dos porcos usam luvas e botas tentando se prevenirem da doença de mujica, diferente dos burcos que usam sandálias tipo José Genoíno e assim calçados não há diferença entre os porcos e os porros.

Do Livro: Província dos Burcos - 2014

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 26/01/2014
Reeditado em 02/02/2014
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