Na Lei
O discurso reacionário ronda o país. Com a propulsão das redes sociais, isso se tornou mais forte, embora nem sempre mais relevante. Basta ver os movimentos contra tudo e todos. Meio que imitando os países europeus, o Brasil agora quer se mostrar mais liberal. Como se já não fosse a anos. É liberal, mas é também profundamente preconceituoso. Alguns querem acabar com a Copa, como se o problema do Brasil fosse a Copa do Mundo. O problema não é gostarmos de futebol. O problema é e sempre será o mesmo: nossa cultura ainda aceita o jeitinho brasileiro como algo normal.
O jeitinho brasileiro aceita o policial não punir o infrator. É essa mesma regra, que descumpre a lei, que torna o político um corrupto. A corrupção faz parte de nossa cultura. Nela, estamos todos imersos. Enquanto isso não for expurgado, não haverá festa decente neste país.
Não é a Copa do mundo que precisa ser taxada como ruím, são apenas e tão somente os políticos. Por sinal: políticos brasileiros e eleitos por nós. Se o problema é nosso, não devemos espalhar mundo à fora essa falta de diplomacia.
Sair às ruas, parecendo barata tonta não vai resolver nada. É o mesmo erro. O jeitinho brasileiro: de quebrar tudo, de parar trânsito toda hora, como se as pessoas pudessem parar suas rotinas para acompanhar os reacionários. Os reacionários têm que serem diplomáticos. Algo que, sinceramente acho impossível de acontecer. Mas, essa é a verdade: os reacionários precisam utilizar os trâmites diplomáticos para tomar decisões. Ou seja: não se fala mal da lei, descumprindo-a. Se fala mal dela, cumprindo-a. Assim, é: na Lei!