Indagações sobre uma (sub) vida
Vemos no noticiário da TV, ouvimos no Rádio e lemos no jornal.
Ao vivo e a cores, gravado eternamente nas fitas e na nossa memória, ou poderia dizer nas nossas estatísticas?
A memória curta os gráficos longos, cada vez mais cemitérios, cada vez menos compaixão.
O que nos importa é apenas o que amamos, os bens que temos, o dinheiro que ganhamos.
Somos números, diferenciados e identificados por dígitos.
Não sou eu? E nem sei quem sou, no meio dessa cidade e dessa sociedade confusa, é muito fácil eu me perder, e não sei se me encontro.
Buscando a própria identidade, um sentido, um motivo. Buscando o reflexo no espelho, e percebi que viramos vampiros.
Sugamos não o sangue, mas o suor, sugamos não o plasma e sim os sonhos, não sugamos as plaquetas e sim o amor.
E estamos nos proliferando a cada dia, cada vez mais e a cada vez com mais rapidez.
Os nossos poderes vampíricos são a ambição, a inveja e o desrespeito, poderosos aliados para a nossa ascenção nessa sociedade cada vez mais coerciva.
As nossas fraquezas não são os raios do sol e sim a luz do amor, não é uma estaca de madeira e sim o respeito, não é um dente de alho e sim a solidariedade.
E em verdade digo, se virei vampira e vivo uma "sub" vida, prefiro não viver vida nenhuma.