PARABÉNS SÃO PAULO PELOS 460 ANOS!!!
S.Paulo é uma cortesâ. Recebe a tudo e a todos sem discriminação. É a Terra da Luta.Quem souber lutar sobreviverá a todos os torvelinhos e redemoínhos próprios de S.Paulo. Um Mestre Francês de Sociologia,professor da USP,escreveu o seguinte,lá pelos anos 50:*A multidão que vai para o trabalho,ou que volta para casa,arrasta-nos em seu turbilhão. À qualquer hora do dia ,só há na rua homens apressados que nos impõem a cadência de seus passos....* E assim continua S.Paulo até hoje.Parece-nos que os homens/a cidade não gostam de prédios antigos e os destroem para ceder lugar a novos edifícios.Neste ponto,lembrei-me de Adoniram Barbosa e sua *Saudosa Maloca*-*Vieram os home cum as ferramentas...* - e mais um sobrado se foi. Adoniram foi um Guardião de S.Paulo.Cantou em versos e músicas seus bairros e sua gente. Quem não se lembra de*Trem das Onze*?-*Sinto muito,Amor,Mas não pode ser.Moro em Jaçanâ e seu perder esse trem...*- E lá vão os trens de subúrbios sempre lotados e mal conservados,quebrando a toda hora. E o Metrô? A mesma coisa...Adoniram com certeza faria umas músicas para criticar os responsáveis. Para o pessoal da construção civil,Adoniram fez,em parceria com Carlinhos Vergueiros,uma ironia chamada*Torresmo à Milanesa*. *A enxada bateu onze horas...* Com todos os dramas da vida paulistana,Adoniram teve a capacidade de amenizar um pouco a dor e criar obras-primas.*Tiro ao Álvaro*-*De tanto levar frechada de seu olhar.Meu peito até parece,sabe o quê? Talba de tiro ao Álvaro....* E vamos rindo com Adoniram pelas noites paulistanas até encontrar Paulo Vanzolin na sua boemia mais que humana:*De noite,eu rondo a cidade,a te procurar,sem encontrar.No meio de olhares espio e você não está.Volto prá casa abatida,desencantada da Vida.O sonho alegria me dá,nele você está...* E vamos nós três por essa *Paulicéia Desvairada* até encontrar Eduardo Gudin cantando a sua*Paulista*-* Na Paulista os faróis já vão abrir.E um milhão de estrelas prontas para invadir os jardins,onde a gente aqueceu uma paixão.Manhãs frias de Abril...* Isto posto,vamos os quatro até o Ceasa tomar a famosa sopa de cebola que não existe mais.Ou vamos até o aeroporto de Congonhas tomar um cafezinho,lá pela meia-noite. Também não existe mais...Mário de Andrade só nos espreita,lá das alturas escrevendo alguns versos para esta cidade que tanto amou:*Quando eu morrer,enterrem-me por toda São Paulo...*E quem mais podemos encontrar? Ah! Sêo Nenê da Vila Matilde e sua Escola de Samba nas alturas dos céus. Germano Matias iria cantar um samba de breque fazendo a batida numa latinha de graxa de sapato.Oswaldinho da Cuíca acompanharia no rítmo e cantos e contaria muitas histórias do samba de S.Paulo. E todos juntos,tomando uns chopes,cantaríamos uma canção para homenagear S.Paulo quatrocentona:*Hê S.Paulo.Hê S.Paulo.S.Paulo terra boa,S.Paulo da garoa...* E a Noite se desfez em cores e muitas flores e Amores.
Boa Noite,Minha Querida S.Paulo...