O Macambúzio Alcoviteiro
Capitulo I
Tentativa
Foi na semana que antecedia o natal, não me recordo o ano, que decidi traçar algumas linhas, e nem mesmo sabia ao certo o que deveria escrever. Esse ímpeto me deixou macambúzio, parecia que as pernas estavam vacilantes, algo impulsionar-me em direção a algum lugar já determinado.
Dentro do ônibus resolvi descer; apear no largo do Catumbi.
Ao descer, a paisagem que há muito não me era familiar, tornou-se cópia de um passado saboroso, em que a ginga do malandro, era o zoot suits que contaminara o malandro carioca.
Nesse ínterim; momento conflituoso de passado e presente, vejo-me a caminhar defronte o monumento ao samba, no sambódromo.
Vontade inefável me fez estancar o passo.
Diante da arquitetura Oscariana – recordo as arquibancadas construídas a partir de emaranhados de tubos, e caprichosamente travadas, com madeiras dispostas em assentos rústicos, a servir o incauto turista estrangeiro, não menos os nacionais.
Ainda por esse tempo, grande companhia cervejeira ali se edificara. Imponente em suas construções típicas sugeria em mim, jovem e intrépido menino da zona do agrião, perdido pensamentos a respeito de majestosa obra.
Antes mesmo que toda essa profusão de pensamentos me tomasse por completo, deixando-me variar ao sabor das emoções nostálgicas do telefone a disco, convém esclarecer que:
Meu coração achacado, a ressentir-se da perda recente de minha progenitora; fato que chorava em mim, e deixa-me a lacunar alguns momentos, que ao sabor do profundo silêncio, silenciava em mim, o choro dessa perda.
Nessa angustia, ao retornar em mim mesmo, percebi nas lembranças do Catumbi, bairro da Cidade Nova, Rio de Janeiro, o frenesi de algumas recordações dos tempos idos.
Tempos de estranheza, preconceitos e pobrezas. Tempos em que chapéu era mais conhecido que individuo, e mais percebido que falecido.
Nesse tempo, a zona do agrião, parte central do catumbi, ainda trazia as marcas do passado musical. Pode-se dizer que uma delas, a presença de Alfredo da Rocha Viana, o que me faz lembrar, a figura de Alfredo José Rodrigues, Alfredinho flautim, e seu encontro com Viana, o pai de Pixinguinha.
Essas recordações me encantam o coração já cansado, mas feliz por tê-las em minhas memórias, e de certa forma poder contá-las, sem muitos arrodeios, falar de um espanto, daqueles tamanhos, que muito nos faz pensar.
É assim, que a tentativa de rever fato notório e relatado por muitos, nas alcovas do baixo meretrício de vila mimosa, que nos dispomos a viajar por entre emaranhados verbais, construções coordenadas e não menos as subordinadas, muitas vezes a refletir os advérbios, substantivos e adjuntos, bem como os objetos de nossas recordações.
Com tamanha reflexão gramatical, deseja-se doravante falar, não do que somente se pode escrever, mas,... Poder essa história contar o que se pode efetivamente mimetizar.
CAPITULO II EM BREVE...