SOB QUATRO BANDEIRAS - Parte 1

Assim, sem prévio aviso, a Prefeitura de Santo André resolveu conceder férias coletivas a todos os funcionários lotados nas creches municipais, durante todo o mês de janeiro/14.

Então com os últimos dias de dezembro, cujos expedientes já haviam sido compensados com horas extras trabalhadas durante o ano, teríamos 42 dias de férias.

Era a ocasião de realizarmos a viagem pelos Estados e os países que fazem a fronteira Sul do Brasil, que havíamos ouvido falar quando fizemos o circuito das Cidades Históricas de Minas Gerais. (Vide crônica MINAS HISTÓRICA no Recanto das Letras Código do texto: T4494009, publicada em 23.09.13)

O dia 02 de janeiro inda não havia clareado e nós já estávamos no ônibus que nos levaria para essa experiência de mais de 6.400km, onde o viajante tem a oportunidade do contato com culturas bem variadas e os paradigmas, irrefutáveis até então, caem diante da realidade vivida e largamente experimentada.

Nosso primeiro destino é Floripa (os Manezinhos* não gostam que chamemos sua capital pelo nome, legal, mas que não representa a vontade popular).

Pelo caminho vimos o Vale do Ribeira, o Parque Estadual do Rio Turvo, o Estuário Lacunar, o Rio Itajaí Açu, o Balneário Camboriú. Já era noite quando chegamos ao hotel e, na manhã seguinte, sem sair do ônibus, vimos os cartões postais de Floripa, como o Palácio Cruz e Souza, Mercado Municipal, Ponte Ercílio Luz e a pé, visitamos a Catedral, a Praça 15 de Novembro com seu fícus que detém poderes mágicos para os que se arriscam aos giros em torno do seu tronco imponente, sustentáculo da imensa copa (tão grande que necessita de escoras de ferro):

1 volta no sentido horário = voltar à Floripa;

2 voltas no sentido horário = arranjar casamento;

3 voltas no sentido anti-horário = desmanchar casamento.

Márcia e eu demos uma só volta (no sentido horário, claro) e fomos ver o presépio montado com todas as manifestações culturais do Estado e que utiliza, na maioria de suas peças, artigos produzidos em Santa Catarina, de lá fomos ver a igreja Matriz.

Como a maioria das cidades brasileiras, a praça estava invadida pelos moradores de rua que só servem para consumir drogas e poluir visualmente os locais onde se instalam.

A praia da Conceição merece uma visita com mais horas para que o turista possa desfrutar de toda a sua beleza e do contato amistoso de seus habitantes.

Deixamos a limpa e bem cuidada Floripa com destino a Laguna, cuja importância para a história do Brasil remonta a 1494, pois o meridiano que loteou as terras do novo mundo entre Portugal e Espanha, pelo tratado de Tordesilhas está lá, assinalado com um monumento, cuja visita a pé está praticamente proibida pela ação do poder público que não permite que os ônibus de turismo estacionem, ou simplesmente desembarquem os passageiros, nas proximidades. (Até quando continuaremos a votar em imbecís?)

E também por ser a cidade de Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus Ribeiro). Visitamos a casa onde ela morou, hoje museu com mobiliário da época e alguns pertences e a Igreja de Santo Antonio dos Anjos, onde se realizou o primeiro casamento dessa heroína de duas nações.

Era noite quando chegamos a Porto Alegre, lamentavelmente a cidade está invadida por moradores de rua, usuários de drogas, pichada e a sujeira denuncia a péssima ação do poder público.

Na manhã seguinte visitamos a Catedral Metropolitana e vimos por fora o Palácio Piratini, o Teatro S. Pedro e seguimos para Canela.

Na igreja de Nª. Sª. de Lourdes, a Catedral de Pedra, estava sendo realizado um casamento cujo noivo (?) tinha o cabelo longo, quase na cintura, solto e a noiva estava seminua, num vestido decotadíssimo em tecido rendado.

Sob um sol de rachar, fomos ver o Parque do Caracol, com sua queda d’água de mais de cem metros. É um espetáculo de beleza impressionante, inesquecível.

Visitamos o Museu “Mundo a Vapor” com suas miniaturas de várias máquinas movidas a vapor.

Em Gramado, visitamos a Casa do Papai Noel, onde todo dia é natal, e atiramos no bosque de pinheiros as tabuinhas de pinho com os nossos desejos gravados para que o Bom Velhinho nos atenda, quando estiver montado no seu trenó puxado pelas renas vivas e tão bem adaptadas ao bosque, que já se reproduzem regularmente, fato esse comprovado pelos filhotes que vêm junto à cerca “cumprimentar” os visitantes; o Lago Negro, o Parque Knorr, com direito a percorrer a casinha saída de livro de contos infantis e o Parque Mini Mundo, onde podem ser vistas miniaturas de construções famosas de todo mundo.

(*) Florianópolis recebeu inúmeros imigrantes açorianos e, muitos deles, se chamavam Manuel, essa é a explicação para que os nativos sejam genericamente chamados de Manezinhos.

- Continua em QUATRO BANDEIRAS - Parte 2-