De volta à melancolia
Eu aqui sempre sozinha, ninguém suporta meus percussos até essa hora da noite. Que só é escura para mim.
Que tristeza, ouvindo minha banda favorita que tenta me consolar sem sucesso com uma melodia que não é a de quem eu desejei outrora escutar.
A única certeza que tenho, é, que se o dia amanhecer será com um céu cinza para mim depois de tamanha decepção.
Eu precisei de sua presença, seu abraço forte, demorado e sua garganta rosnando.
Tudo se foi junto com a noite, tudo o que foi prometido.
Alguém a quem eu amava, considerava, respeitava, feriu-me, e não machucou qualquer pedaço inútil de mim, quem me dera ser como os outros e rir das próprias desgraças.
Preferia então, que fosse meu pobre coração que já está cansado de ser quebrado, que virou rocha.
Pois quando ele deseja voltar a ser carne, eu o lembro da última queda.
Mas esse alguém invadiu algo muito mais profundo e importante em mim, foi a minh'alma. O soul da minha vida que é a música. Quando sou ferida aqui, eu sempre me modifico, me transformo, não sou mais quem sou.
Porque a tantos sentimentos ruins dentro das pessoas? Porque é tão difícil amar? Ser amado? E o principal, se entregar por inteiro à um amor verdadeiro?
Enquanto espero que você se entregue,
Eu me rendo totalmente.
Eu sinto que não tenho mais tempo.
Desejo fugir há tempos para o mar, para o vento levar tudo o que quer me machucar. Será tão difícil conseguir companhia para isso? Não!
Apenas, a companhia que almejo não dá-me o seu apreço.
Então vou estar lá sozinha.
Enquanto a cidade dorme, minha mente barulhenta não me dá a paz.
Minha boca nada pronuncia,
apenas minha mãos trêmulas não param de escrever,
e meus olhos encharcados de desgosto e dessabor desabam nesses papeis amarelados.
Não queria ser fogo,
gostaria de ser fria e prática como certas pessoas.
Mas o Criador me fez assim, cheia de emoções.
Acredito que isso ainda servirá e alegrará alguém nesse mundo perdido e de tempo vendido.