Esse negócio de computador

Sabe como é esse negócio de computador: num dia você está usando normalmente e no dia seguinte ele nem ao menos liga. E quase sempre isso acontece exatamente no dia em que você tem alguma coisa muito importante para fazer e que só pode ser feita diante de um computador. A primeira reação é de incredulidade, mas logo começa o desespero. Especialmente para ele, que precisava terminar um trabalho de faculdade e entregá-lo naquele mesmo dia. Tentando se acalmar, lhe ocorreu a ideia de uma lan house. É para isso que servem as lan houses, afinal. Iria pagar um pouco caro, mas pelo menos entregaria o trabalho a tempo. E por sorte havia uma logo na esquina de casa. Bem, era uma papelaria, mas eles ofereciam acesso à internet e era o que ele precisava.

Dali a alguns minutos ele já estava sentado diante de um computador e procurava a entrada para pen drive. Não conseguiu encontrar e pediu a ajuda de uma atendente. Ela apontou para um cartaz bem grande logo acima do computador falando que ali não permitiam uso de entradas USB. Grande lan house, esta. Mesmo já tendo pago por uma hora de acesso, levantou-se e foi embora. O esquema agora era achar outro lugar. Não conhecia nenhuma lan house mais perto e então foi para casa pegar a sua bicicleta. Com ela atravessou algumas quadras até conseguir achar uma.

Dessa vez se assegurou de que permitiam uso de pen drives. Mas se esqueceu de que para fazer o seu trabalho precisava de um programa bem específico que, naturalmente, não tinha naquele computador. Tentou baixar uma versão demo. Apareceu um aviso de que ele não tinha autorização para baixar nada. Foi falar com o atendente e ele confirmou: não podia baixar nada. Saiu de lá irritado, pegou sua bicicleta e chegou em outra lan. Conversou com jeitinho e o dono deixou que ele baixasse o programa e depois desinstalasse. Levou a tardeira inteira, mas ele enfim conseguiu terminar o trabalho. Quando saia de lá, descobriu que haviam roubado a bicicleta.